sexta-feira, 29 de junho de 2012

ASA BRANCA ( LUIZ GONZAGA) - PARÓDIA



Projeto: O Monsenhor pega carona no vôo da asa Branca
 Educandário: Escola Monsenhor Vicente Bezerra
Email: monsenhorbezerra@Yahoo.com.br
Professora: Francisca Moreira de Jesus (Neidinha)
Gênero: Paródia de Músicas de Luiz Gonzaga
Redação: alunos da 2º Série A – Ensino Médio
Dhonnatan, Ingrend, Kécia

Asa Branca (Luiz Gonzaga) – paródia

Já faz 100 anos de história
De um nordestino sonhador
Seu centenário vai completar
Ficou saudade e muito amor

Sua sanfona, sua voz
Se espalhou pelo sertão
Agora eu digo de coração
Luiz Gonzaga rei do baião

A nossa escola não esqueceu
De um homem simples, batalhador
O Monsenhor pega carona
Na asa branca com muito amor

Em todo canto, a muitas léguas
O Ceará chora então
Luiz Gonzaga volte de novo
Para animar todo sertão

O Brasil já aplaudiu
E só ficou a solidão
Luiz Gonzaga marcou história
Em todo canto do Sertão







sexta-feira, 22 de junho de 2012

VENDA GRANDE D'AURORA - Informes sobre a formação política.



1883 (10 de novembro) – Por força da lei 2.047, desagrega-se do de Lavras o município de Aurora, criando-se como sede da Povoação da Venda, então elevada à categoria de vila, com a denominação de Vila d’Aurora. Após passar por sucessivas extinções e restaurações, firmou-se definitivamente, como município, em face do Decreto nº 1.156 de 4 de dezembro de 1933 e recebeu foros de cidade aos 20 de dezembro de 1936, pelo decreto nº 448. 
            “O Dr. Sátiro de Oliveira Dias, Comendador da Ordem da Rosa, Presidente da Província do Ceará, faço saber, que a Assembleia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei a Lei seguinte”:
Art. 1º - Fica elevada à categoria de Vila, a Povoação da Venda do Termo de Lavras, com a denominação de Vila d’Aurora.
Art. 2º - Os limites da Vila serão os mesmos do atual Distrito de Paz, e mais o Distrito de São Francisco, inclusive os sítios Taboleiro Comprido e Taquari, que ficará pertencendo ao Distrito de Paz da Vila de Lavras.
Art. 3º - Fica igualmente pertencendo à Vila d’Aurora a Fazenda Serrote, de Manuel Trajano de Sousa, que fica desmembrada da Povoação de São Pedro do Crato.
Art. 4º - Haverá na Vila um só Tabelião que acumulará os Ofícios de Escrivão do Crime, Cível, Órfãos, e mais Anexos.
Art. 5º - Revogam-se as Leis e disposições em contrário.
            Somente aos 18 de março de 1885, dois anos após ter sido instalada a Vila, foi dada posse às primeiras autoridades municipais. Apontou-se o cidadão Manoel Joaquim Carneiro como primeiro chefe representante do Legislativo aurorense (Presidente da Câmara).
Como não havia sido implantado o Conselho de Intendência Municipal, fato ocorrido em 1890, exercia o Presidente da Câmara a função de mandatário mor do município. Eis a lista completa das autoridades Legislativas municipais desde sua criação até a hodiernidade:

Manoel Joaquim Carneiro – 1º Presidente da Câmara (1885-1886)
Manoel Raymundo da Cunha – Presidente da Câmara (1886 - 1890)
Barnabé Leite Teixeira – Presidente da Câmara (1890)
José Antônio de Carvalho – 1º Intendente Municipal (1890 – 1891)
João Francisco Leite – Intendente Municipal (1891)
Antônio Leite Teixeira Netto – Intendente Municipal (1891 – 1892)
Firmino Bezerra de Medeiros – Intendente Municipal (1892)
Manoel Antônio Leite – Intendente Municipal (1892 – 1894)
Manoel Gonçalves Ferreira – Intendente Municipal (1895 – 1896)
Antônio Leite Teixeira – Intendente Municipal (1896 – 1900)
Manoel Gonçalves Ferreira – Intendente Municipal (1901 -1904)
Sebastião Alves Pereira – Intendente Municipal (1904- 1907)
Antônio Leite de Oliveira – Intendente Municipal (1907)
Antônio Leite Teixeira Netto – Intendente Municipal (1907 – 1908)
Cândido Ribeiro Campos – Intendente Municipal (1908 – 1914)
Manoel Teixeira Leite – 1º Prefeito Municipal (1914 – 1919)
Antônio Landim de Macêdo – Prefeito Municipal (1919 – 1921)
Cândido Ribeiro Campos – Prefeito Municipal (1921 – 1926)
José Gonçalves Leite – Prefeito Municipal (1926 a 1928)
Vicente Augusto Bezerra – Prefeito Municipal (1930 - ?)
Paulo Gonçalves Ferreira – Prefeito Municipal (1935 – 1942)
Raimundo Correia Lima – Prefeito Municipal (1942 – 1944)
Antônio Temístocles da Silveira – Prefeito Municipal (1944 – 1945)
Paulo Leite Teixeira – Prefeito Municipal (1946 – 1947)
Antônio Jaime Alencar Araripe – Prefeito Municipal (1948 – 1951)
Antônio Gonçalves Pinto – Prefeito Municipal (1952 – 1955)
José Gonçalves Leite – Prefeito Municipal (1956 – 1959)
Antônio Gonçalves Pinto – Prefeito Municipal (1960 – 1962)
Francisco Bezerra Santos – Prefeito Municipal (1963 -1966)
Anastácio Pinto Gonçalves – Prefeito Municipal (1967 – 1970)
Teotônio Gonçalves Neto – Prefeito Municipal (1971 – 1972)
Francisco Bezerra Santos – Prefeito Municipal (1973 – 1976)
João Antônio de Macedo – Prefeito Municipal (1977 – 1982)
Antônio Vicente de Macedo – Prefeito Municipal (1983 – 1988)
João Antônio de Macedo – Prefeito Municipal (1989 – 1992)
Alcides Jorge Evangelista Ferreira – Prefeito Municipal (1993 – 1996)
Maria Leomar de Macedo – Prefeita Municipal (1997 – 2000)
Francisco Carlos Macedo Tavares – Prefeito Municipal (2001 – 2008)
José Adailton Macedo – Prefeito Municipal (2009 – 2012) 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PARÓDIA DA MÚSICA - A VIDA DO VIAJANTE ( LUIZ GONZAGA)


Projeto: O Monsenhor pega carona no vôo da asa Branca
 Educandário: Escola Monsenhor Vicente Bezerra 
Email: monsenhorbezerra@Yahoo.com.br 
Professora: Francisca Moreira de Jesus (Neidinha) 
Gênero: Paródia de Músicas de Luiz Gonzaga 
Redação: alunos da 2º Série A – Ensino Médio 
Dhonnatan, Ingrend, Kécia 



A Vida do Viajante (Luiz Gonzaga) – Paródia 


Minha vida é andar
Por esse sertão 
Lembrando agora do rei do baião
 Por tudo que ele fez 
As coisas que ele falou 
Por onde ele andou
 E as marcas que ele deixou 


Amor, paixão
Ficou no sertão 
Tudo se passa
E só fica a história do Gonzagão 
Lauê.lauê, lauê... (Bis)
 São 100 anos de Gonzagão 


Minha vida é andar 
Por esse sertão
Lembrando agora do Rei do Baião
Por tudo que ele fez 
As coisas que ele falou 
Por onde ele andou 
E as marcas que ele deixou 


Gibão usou 
Sanfona tocou 
Tudo é alegria 
Todo é saudade do Gonzagão 
Lauê, lauê, lauê 
E As lembranças no coração...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

TERCEIRA HEROINA DO MONSENHOR - MARIA TAVARES LEITE GONÇAVES-


                                  Luiz Domingos de Luna (*)


Quando o odor do divino toca o manto do sagrado na construção da massa humana, a flecha do Raio de luz oscila na abóbada do oceano existencial e imanta a probabilidade entre destino ou não, numa escala que ao logo do tempo tem servido de base ou alimento intelectual para os filósofos.
Na Pia batismal da igreja do Sr Menino Deus, pelas mãos sagradas do Padre Francisco Luna Tavares, ingressa na apostólica Romana que teve como primeiro papa São Pedro.

A garotinha sempre a acompanhar seus familiares as solenidades religiosas, numa entrega total de fé, que, com muito jubilo, faz a primeira comunhão com o PE. Luna.

Nascida em Aurora, em festividade alusiva a tal fim, recebe a insígnia sagrada do Apostolado da Oração no cumprimento de fé professada a Santa Igreja de Roma.

Já nascia, como uma chama ardente, no coraçãozinho da menina moça, Maria Tavares Leite Gonçalves, o dom missionário, a ser uma das Heroínas da Escola Monsenhor Vicente Bezerra.

Das primeiras letras ao 2º ano do ensino médio estuda na escola pertencente à paróquia do Senhor Menino Deus na cidade de Aurora no Ceará. Conclui o terceiro ano do ensino médio no Colégio Santa Tereza na linda cidade de Crato, sede de nossa Diocese.

No ano de 1970, na galeria dos formandos, na sede da Universidade Regional do Cariri –URCA, - Crato-Ce, recebe garbosa, com muita simplicidade e humildade o diploma de graduação no magistério.

No passo firme e determinado, vai à missionária da Educação, sempre com o espírito de humanizadora social, educadora por excelência, ao maior Centro de Educação do Ceará, Fortaleza, e lá recebe o certificado do curso de Administração Escolar outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC.
Fomentadora da cultura, arte e educação retorna a sede de nossa diocese e, com brilhantismo se faz presente aos eleitos ao receber o certificado de Pós Graduação, - Arte e Educação, curso ministrado pela renomada Universidade da Região do Cariri - URCA.

A Missionária da Educação, seguindo sempre as pegadas do mestre é convidada a restaurar o primeiro educandário da educação pública da Rede Oficial de Ensino no Cariri Cearense. Escola Monsenhor Vicente Bezerra – Fundação: {15 de março, 1927}.

Na manhã do dia 15 de março de 1979, a águia da Educação de Aurora – Maria Tavares Leite Gonçalves- rascunha na sua mente majestosa o processo de restauração da Escola Monsenhor Vicente Bezerra; A Saber:
Grandeza Material
a) Restauração da estrutura física com suplementos, salas de aula, banheiros modernos e pátio recreativo a altura da aspiração do povo de Aurora. Conseguiu a primeira linha telefônica da escola, precursora assim, do processo de globalização que viria décadas após, com a Rede Mundial de Computadores.
Grandeza Educacional e Intelectual
a) Criação motriz do Grêmio Estudantil
b) Ampliação e Qualificação, Biblioteca da Escola.
c) Implantação completa do Ensino Fundamental Maior com professores habilitados as disciplinas específicas.
d) Implantação completa do Ensino Médio – Curso Científico- com professores habilitados as disciplinas específicas.

Por tudo isto e muito mais é que, a cidade de Aurora, grata é a 3º heroína do Monsenhor – Maria Tavares Leite Gonçalves, que num gesto de total desprendimento, convida o professor Luiz Domingos de Luna, recém graduado pelo Centro de Formação de Professores – Cajazeiras - PB para lecionar pela primeira vez no educandário as disciplinas de Física, Química e Biologia.

A História da Educação de Aurora se faz com  garra, determinação, visão de futuro, penitência, sofrimento, e, principalmente,  saber construir na dor do momento  o amor  pleno para a libertação das novas gerações a luz da Graça de Deus. Assim, pela grandeza dos fatos, com a força do destino, ou sem a força deste, fica Maria Tavares Leite Gonçalves entronizada na história da Educação de Aurora com a 3º Heroína da Escola Monsenhor Vicente Bezerra.

(*) Professor da Escola Monsenhor Vicente Bezerra, rua Cel. José Leite s/n Araçá – Aurora – Ceará. CEP 63.360.000 TEL (88) 3543.39.03. Email: monsenhorvbezerra@bol.com.br



quarta-feira, 6 de junho de 2012

ÉTICA EVAPORADA

                                       Charles Leite Bezerra*


O ser humano ostenta em sua essência o ato de produzir, pois, o homem é o único animal capaz de criar e desenvolver atividades de forma politicamente organizada, estando apto a suprir necessidades físicas, biológicas e psicológicas.

A criação humana no escopo de saciar suas indigências vai muito além do aspecto puramente material, abrange de modo conciso o universo da imaterialidade, exteriorizado através dos símbolos, valores, idéias e linguagem, dando origem ao fenômeno antropológico denominado cultura.

Nesse sentido, a cultura torna-se o instrumento pelo qual todas as comunidades explanam suas peculiaridades e características, criando, por conseguinte traços culturais identificadores de um determinado grupo étnico.

O poder legislativo no exercício de suas atribuições legais, convicto do valor expressivo deste fenômeno para toda a população, institui na sublime Constituição da República Federativa que, o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais, apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

No entanto, apesar do belo texto constitucional ainda não temos a nível nacional um projeto de desenvolvimento e sustentabilidade cultural.

A cultura popular amarga um incomensurável declínio, basta ver o enfraquecimento gradativo do cordel, reisado, grupos de penitentes, festas juninas, bandas cabaçais, forró pé de serra, cantadores de viola e outras manifestações formadas ao longo do tempo.

Infelizmente, essas riquezas culturais não estão resistindo aos efeitos do dinamismo global, diplomado a aniquilar toda a película revestidora do costume e da tradição.

Cumpre lembrar que, os entes públicos são adjudicados no dever de atuar não apenas no fortalecimento da cultura popular, mas, sobretudo, no impulsionamento da cognominada cultura erudita, a qual se patenteia por meio de práticas artísticas, tais como: pintura, dança cinema, literatura, música, poesia, etc.

Há múltiplos séculos a humanidade evidencia o alarmante grau de decomposição social, moral, ético e intelectual. Em meio a esta degeneração caótica e aterrorizadora, desponta a cultura na configuração de um mecanismo suscetível à desobstrução da ignorância, e de todas as     grades encarceradoras da maturação mental.

Sobrevindo tal desobstrução, naturalmente será despertado o plano de consciência cogente ao extermínio das mazelas responsáveis pela hodierna deterioração educacional.

Considerando o exorbitante nível de desinformação impregnado no seio da coletividade, parece não haver interesse algum por parte da máquina estatal em germinar uma sociedade culta e conhecedora dos seus direitos.

Ora, é obvio, pois qualquer indivíduo dotado de racionalidade entenderá que para os governantes é bem mais cômodo e fácil ludibriar uma nação rude, alienada, analfabeta e desprovida de qualquer senso crítico.

Nessa ótica, a ignorância é o sustentáculo do domínio exercido Pela elite política maliciosa, inescrupulosa, sádica e disseminadora da contrafação que paira em nosso meio social.

O cenário político  revela a existência do repúdio ao princípio da indisponibilidade pública, princípio basilar a leal efetivação do exercício administrativo de toda e qualquer gestão pública. O interesse público fora expurgado das esferas Federal, Estadual e Municipal, predominando o privado, onde prevalecem os acordos, os estratagemas, e o conluio fraudulento em face do erário público.

O Congresso Nacional, cúpula do poder legiferante, baila num festival de denúncias e escândalos, ecoando descrédito e impunidade. A integridade dos parlamentares facilmente sucumbe perante os encantos e propostas da linda e atraente capital federal. 

Sociedade, levanta-te, mostra tua fisionomia, alardeia a bandeira da dignidade, ergue o teu grito em prol do pudor e da moral, repila estes homens que se dizem políticos, mas que na verdade salvo raras exceções não passam de abutres, sangue sugas do poder, filhos da mentira e da corrupção, amantes do caos e da promiscuidade, corruptos violadores da essência política, qual seja, o bem comum.

Para a exterminação peremptória do vírus hoje instalado nas entranhas da conjuntura política nacional é imperativa a concretização de uma reforma, não apenas neste setor, mas essencialmente no tablado Tributário, Previdenciário, Administrativo e social, pois somente a partir de uma idealização dessa dimensão, poderemos um dia experimentar a justiça e a igualdade social em sua plenitude.

O saudoso jurista Rui Barbosa, quando no gozo de toda sua genialidade e sabedoria afirmava “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto”. Almejo sinceramente que o Brasil nunca deixe submergir pelo decurso do tempo.

(*) Acadêmico do curso Ciências Jurídicas e Sociais, Direito - Cajazeiras, Paraíba.
(*) Escritor do blog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra. Tel (88) 3543-3903 Email monsenhorvbezerra@bol.com.br
    

sábado, 2 de junho de 2012

Rápidas pinceladas sobre alguns personagens e mazelas da Povoação da Venda: A questão da seca de 1877 e a decadência da escravatura.


      

        Registrou-se no ano de 1877 uma das maiores secas enfrentadas pelas populações do semiárido brasileiro da história. Maciça foi a migração dos campos para as cidades, assim como a mortandade que se generalizou sobremodo à falta de alimentos na zona rural.
Na Venda, antiga povoação elevada à Distrito da Vila de Lavras em 1870, assim como nos sítios que hoje formam o território atual do município de Aurora, vários foram os vitimados pela fome em decorrência da seca, algoz e persistente. Esclareçamos:
“Aos vinte de novembro de mil oitocentos e setenta e sete, faleceu de fome o adulto Joaquim Gomes, pardo, de idade de doze anos, foi envolto em branco e sepultado no campo (Calumby), sendo depois encomendado por mim. E para constar fiz este e assignei. O Vigário Meceno Clodoaldo Linhares” (Livro de Registro de Óbitos da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras, 1877-1885, p.5).
Aos vinte e nove de novembro de mil oitocentos e setenta e sete, faleceu de fome a párvula Úrsula, de idade de quatro anos, filha legítima de Antônio dos Santos e Rita Maria de Jesus, foi envolta em branco e sepultada no Cemitério da Venda, sendo depois encomendada por mim, etc (...)” (Livro de Registro de Óbitos da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras, 1877-1885, p.5).
Aos seis de dezembro de mil oitocentos e setenta e sete, faleceu de fome o párvulo José, de idade de dois anos, filho legítimo de Vicente Monteiro e Maria Joaquina, foi envolto em branco e sepultado no Cemitério da Venda, sendo depois encomendada por mim, etc (...)” (Livro de Registro de Óbitos da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras, 1877-1885, p.6).
Assim como estes, concernentes à Venda e adjacências, observam-se vários outros registros de falecimentos ocorridos nesta fase, em virtude da seca.  Párvulos padeceram, assim como adultos e idosos, todos, impiedosamente.

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        Precisamente no dia 4 de abril do ano de 1880, realizaram-se na Capela do Menino Deus na Venda, 12 (doze) batizados pelas mãos do Padre João Carlos Augusto, e dentre estes, um de filho de escravos: Era Vicente, preto, filho natural de Carlota do Amor Divino, nascido aos vinte de março do dito ano, que teve como padrinhos a Deodato Lopes de Oliveira e Balbina Maria da Conceição. Assina Meceno Clodoaldo Linhares (Livro de Batismos da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras, 1877-1882, p.101).
       Curiosamente, ressaltamos aqui ter sido este um dos últimos lançamentos relativos a escravos nos livros eclesiásticos da Paróquia de Lavras, concernente aos residentes na Venda ou sítios que compunham o atual território de Aurora. Apesar de a abolição da escravatura ter sido oficializada em 1888, diminuíram-se a partir deste ano (1880) as referências a escravos, muito comumente citados nos ditos livros de registros. Exemplifiquemos:
     “Aos vinte e um de novembro de mil oitocentos e setenta e três, na Capela da Venda, feitas as diligências necessárias, confessados e crismados na doutrina cristã, sem comprometimento algum, de licença minha, em presença do Pe. Joaquim Machado da Silva e dos testemunhos Antônio da Silva Martinho e Pedro Carneiro de Oliveira, se (ilegível) em matrimônio os nubentes Vicente Ferreira, escravo de Bárbara Maria, com Raymuda Izabel, viúva por falecimento de Antônio Apolinário de Souza. São naturais e moradores, ele no Barreiro, desta Freguesia e ela, na (ilegível), da mesma Freguesia de Lavras, etc... Pe. Vicente Férrer de Pontes Pereira”. (Livro de Registro de Matrimônios da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras, 1870-1875, p.141).
“Aos doze de março do ano de mil oitocentos e sessenta e seis foi sepultado no cemitério da Capela da Venda o adulto Antônio Jacintho, casado com Maria, escrava de Manoel Joaquim Carneiro, morador no Barro Vermelho, faleceu de morte natural aos trinta anos de idade do dito mês e ano. E para constar mandei lavrar o termo que assinei. Pe. Antônio Pereira de Oliveira Alencar”. (Livro de Registro de Óbitos, Paróquia de São Vicente de Lavras, 1865-1871, p.40).
  Como estes, diversos outros assentos foram observados, inclusive, de escravos pertencentes ao citado cidadão Manoel Joaquim Carneiro, que como se verá em momento oportuno, foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal da Vila d’Aurora, à época, a principal autoridade administrativa do município.
Era o referido Manoel Joaquim Carneiro, que exercera ainda o cargo de subdelegado de polícia na Venda (Tenente), casado com Maria de Jesus Tavares (irmã de Maria de São José Tavares, Alexandre Luiz Tavares e do Padre José Luiz Tavares), e conforme se observa no Livro de Registro de Matrimônios da Paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras (1870-1875, p. 185), assistiu ao casamento realizado pelo Pe. Francisco Tavares Arco-Verde, de sua filha Joana Maria de Jesus, aos 3 de junho de 1875, em sua residência no sítio Barro Vermelho, com Valdevino Leite Teixeira, viúvo este, de Ana Rosa Leite. Da mesma forma, aos 17 de novembro de 1886, viu seu filho José Joaquim Carneiro contrair núpcias com Maria Joaquina da Conceição, filha de José Antônio Carneiro e Maria Joaquina da Conceição (Livro de Registro de Matrimônios da Paróquia de São Vicente de Lavras, 1884-1891, p. 37).     
Outras considerações a despeito de Manoel Joaquim Carneiro, notável figura da historiografia aurorense, sobretudo política, serão anotadas  em textos que se seguirão.



Trechos extraídos de obra em elaboração.