Por: Dimas Macêdo (Mestre em Direito, Professor da UFC, Membro da Academia Cearense de Letras - Cadeira nº 11 cujo o Patrono é o historiador Barão de Studart)
A política, que é a latitude máxima da ação humana, em busca de um fim
social, e de uma práxis civil e emancipadora, corre em todas as sociedades qual
rastilho de pólvora. Não há como deter a sua força, a sua energia dadivosa, o
seu poder absoluto de envolvimento e de transformação.
Não
podemos pensar em qualquer forma de sociedade sem que nela não esteja presente
o exercício da política. A política é o que é, existe porque tem que existir. É
a espinha dorsal e a coluna vertebral do Estado, do município, do poder
político de uma forma geral.
Claro
que a política não se submete aos limites da ética, porque a conquista do poder
e a sua manutenção constituem, com certeza, um campo de guerra e não tem como
ser diferente. Mas é claro que ela pode ser limitada pelas regras do Direito e
pelas aspirações de Segurança que rondam o
habitat da vida social.
Em
face das conquistas da técnica e da clarificação das consciências, penso que,
nos dias de hoje, a política poderia ser um pouco diferente. Deveria estar
prioritariamente voltada para o homem, para as suas necessidades e para a
superação das misérias sociais, que desafiam a paz e a busca dos Direitos Humanos.
A
política, infelizmente, virou uma grande equação capitalista: transformou-se em
patrimônio material de uns e em forma de extorsão com que outros se mantêm no
poder, roubando os cofres da Administração, assaltando a partilha do orçamento,
transformando tudo em uma mesa de jogo da corrupção e do desvio de recursos.
Após os avanços da globalização econômica, especialmente a partir da
década de 1990, o capitalismo e os seus valores de ordem financeira foram
assaltando, gradativamente, a máquina do Estado.
O mercado substituiu a política e os intelectuais foram expulsos do
espaço público, porque a equação capitalista não precisa de ideias, mas de
pessoas dóceis à sua sedução material.
O capitalismo, como sabemos, abomina qualquer discussão de ideias que
não seja em proveito da sua utilidade, e que não seja a favor dos monopólios de
todos os setores da vida; e a ideologia de ordem econômica e monetária passou a
ser, ao que parece, a religião oficial do planeta.
A cultura, a arte e a educação, que são bases primordiais do humanismo,
vêm sendo ultrapassadas, de último, pelos valores da tecnologia; a preparação
técnica das pessoas assumiu o lugar da sua formação, do seu aprendizado
sistemático e da sua capacidade de interação com os seus semelhantes; e a
defesa da Ética e dos Direitos Humanos igualmente vem perdendo o seu lugar
nessa nova forma de sociedade, calculadamente fria e esquisita.
Grande parte das pessoas, hoje, sucumbiu à sedução do consumo, e trocou
sua alma pela exibição do seu ego. Muitos não estão nos espaços midiáticos da web porque fizeram alguma coisa de
proveito no mundo, mas porque desejam promover as suas fantasias.
Assusta observar, por outro lado, que o homem perdeu a sua condição de
reagir, de se indignar, de denunciar os desmandos da classe política, e de
ocupar as ruas e as praças para reivindicar os seus direitos.
Os que se julgam acima do bem e
da verdade, decretaram a morte dos princípios, como se fosse possível convencer
os semelhantes com o barulho de suas teses enfadonhas.
A completa conivência de muitos chefes de Estado, e assim também do
último governo do Brasil, para com a mentira e a falsificação da verdade, e
para com aqueles que já estão cansados de mandar, tais os exemplos de Fernando
Color, Renan Calheiros e José Sarney, são situações que estão, por outro lado,
a desafiar a paciência das pessoas.
No caso específico do Brasil, a busca da justiça social e o resgate da
política enquanto vocação parece que não são, decididamente, valores que
agradam aos integrantes da classe dirigente.
E o povo, sempre alimentado de muitas ilusões, se acostumou demais com a
mentira e com as esmolas que lhe são destinadas pelas autoridades que estão de
plantão, e não desconfia sequer das intenções dos que estão no centro do poder.
Parece ser
mesmo doloroso, para os homens de boa vontade, e para os que lutam pela ética e
a dignidade, assistir a ascensão de pessoas despreparadas e gananciosas para a
representação parlamentar, e para os postos de comando da máquina do Estado.
A
política não constitui um fim, e o exercício da política, como sabemos, é uma
vocação. Não é um patrimônio que se transmite por herança para os apaniguados
do poder. A política é uma missão e exige de quem a ela se entrega um
compromisso integral e efetivo para com as exigências da vida coletiva.
No Brasil, infelizmente, a maioria dos políticos ainda não despertou
para a grave questão do ambiente e o povo ainda não se sente motivado para os
desafios da educação ambiental, o que é lamentável, e a consequência de tudo
será a transmissão, para as gerações futuras, dessa conduta irresponsável.
Essa perversão em que a hegemonia da política foi
transformada, é a causa da violência social e da violência simbólica que nos
cercam; é a causa da proliferação das drogas e das deformações que atacam as
novas gerações, e entorpecem a mente dos que gravitam ao redor da máquina do
poder.
Parece mesmo
que existe uma desordem no cosmos, causada pela perversão em que se transformou
a política, pois a sinfonia planetária, que há séculos encantava a audiência
humana, hoje se encontra ameaçada.
Empresários inescrupulosos e políticos de visão mesquinha têm feito da ganância
e da especulação instrumentos de violação da paz e do equilíbrio da vida em
sociedade.
O meio ambiente vem perdendo a sua qualidade.
Agredido pela insensatez e a irresponsabilidade de muitos, agoniza qual um
animal sangrado, e pede clemência para a tragédia da degradação ambiental e
cosmológica.
Depois que o homem decretou a morte de Deus e
do sagrado, parece mesmo que tudo se tornou possível, cumprindo-se assim a
profecia do grande romancista
russo Fiódor Dostoiévski.
A degradação ambiental, que hoje se espalha pelo mundo, tem recebido
respostas muito convincentes da própria natureza, que aqui e ali vai se
defendendo como pode, através de vulcões e terremotos, degelo das calotas
polares, tsunamis marinhos e
aquecimento de todas as regiões do planeta.
O ser humano, contudo, não recua e a sociedade de consumo vai achando
normal a circunstância de conviver com o lixo e com as embalagens nunca recicláveis
das mercadoras que consome, rejeitando o ciclo natural do ambiente à sua volta
e substituindo-o pelo consumo de
mercadorias e serviços provenientes da indústria do tóxico.
O homem que consome, de forma obsessiva, o ópio do mercado, e que sonha
com o desejo do lucro, e que apoia, a seu turno, a poluição da natureza, parece
mesmo que decidiu morrer abraçado com a sua imperfeição e com a sua teimosia de
viés egoísta. Parece que decidiu sufocar a natureza, almejando assim o seu
poder absoluto sobre o cosmos.
É possível que a voz dos ambientalistas, e daqueles que defendem a
natureza, continue clamando no deserto, mas aceitar as coisas de forma
diferente, e não reagir contra o agravamento da crise ambiental, me parece o
jeito mesquinho de estar no mundo e de aceitar a sua total degradação.
Assim
sendo, urge que as pessoas de boa vontade continuem resistindo ao avanço do mal
e ao poder de degradação do universo, resultado da teimosia dos que não
acreditam no amor e na compreensão, que maltratam a sensibilidade e tudo
corrompem em nome dos bens materiais e dos interesses políticos inconfessos.
Para além de tudo, no entanto, está a esperança, a dignidade dos que
sonham com a vida, que replantam a semente do bem e a partilha da Paz e da
Justiça, porque os frutos perenes do amor, a defesa da ética e o denodo dos que
lutam pelas formas de afirmação do bem e da verdade são as nossas crenças e os
nossos valores de maior valia.
Fortaleza, inverno de 2012
25 comentários:
Gostaria de registrar aqui a minha gratidão em nome dos que fazem o valoroso Blog do Monsenhor, ao amigo Escritor e Jurista lavrense Dimas Macêdo, um dos mais abalizados do Estado do Ceará, pelo artigo gentilmente postado neste espaço. Esperamos que a profundidade deste tema exposto em linhas extremamente fundamentadas cientificamente, aliada à sensibilidade peculiar do autor, possa adentrar ao entendimento dos nossos jovens estudantes e mestres, atrelando um valor cônscio tão necessário aos tempos de eleições que se aproximam.
Grande abraço a todos.
Creio que o melhor presente que a Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra, primeira casa de Educação da rede estadual de ensino na região carri cearense{ 15 de março 1927) recebeu, foi o artigo: A Política e sua perversão do escritor renomado, intelectual maior do Ceará, homem de cultura que fez de sua vida um verdadeiro sacerdócio ao revelar desde a historiografia a cultura humanistica, o amor ao conhecimento e ao conhecimento pleno, na plenituda da abundâcia maior. Nós que formamos a família Monsenhor, sentimo-nos honrados e com a certeza de que os nossos alunos e leitores irão saborear a lavra do maior e do melhor - Nesta colmeia de mel dispersa no Blog da Escola MOnsenhor Vicente Bezerra, assim só nos resta dizer muito grato e muito obrigado grande mestre!!!!
Primar pelo melhor é um dever nosso, mas ter o melhor para oferecer aos nossos alunos como o artigo: A politica e sua perversão do escritor cearense Dimas Macedo já é uma dádiva de Deus!!!
Edvânia Tavares
Diretora administrativa
Escola monsenhor Vicente Bezerra
Ler o artigo A Politica e sua perversão do Escritor Dimas Macedo é descobrir os milhões de Brasis que existem, onde antes a gente pensavar ser somente um, a luz da politica e sua perversão a gente descobre os demais, pois não é somente um artigo, mas uma conferência sobre a intimidade da alma do cerne de quem sabe compartilhar e dividir com todos pleno e abundantemente - O Todo em partes e as parte no todo!!! O todo que deveria ser todo infelizmente é uma parte
Parabéns grande mestre
Vicente Luna Alencar
Coordedaor Escolar
Escola Monsenhor Vicente Bezerra
Creio que com o conhecimento politico via educação, a educação modifica para melhor a política, bem como a política também melhora a educação são bases para o construção de um pais onde todos possam se orgulhar de ser Brasileiros
Fátima Pereira
Coordenadora Escolar
A política deve ser a vontade do povo e esse povo deve eleger só gente honesta e transparente e que represente as verdadeiras demandas populares.
E mais importante que os políticos defendam as causas do povo e não dos lobbys presentes nas casas legislativas e nos governos.
O Blog do Monsenhor para mim é uma revista eletrônica que cresce a cada dia com material postado de primeira qualidade para um publico de qualidade
O Blog do Monsenhor é uma interatividade entre mestres e alunos no mundo virtual na busca constante do conhecimento
Sampson Tavares
Professor do laboratório de informática
O Blog do Monsenhor é o nosso livro no mundo virtual - Contando a nossa história com simplicidade e conhecimento de causa
Fernanda Tavares
2º Ano B Turno Tarde
A Seriedade e o compromisso com o conhecimento de qualidade torna o Blog do Monsenhor o meu livro de cabeceira
Maria Geovânia Leite
8º Anio B Turno Tarde
O Blog do Monsenhor é o meu lazer quando estou estudando, e o meu estudo quando estou brincando
Ana Valéria de Lima Oliveira
9º B Turno Tarde
Ler o blog do Monsenhor é alcançar junto dois objetivos: Cidadania e conhecimentos
Jussara Pereira Rodrigues
6º Ano B turno Tarde
Quem lê o blog do Monsenhor é uma pessoa voltada para o prazer de captar conhecimentos
Carla Tainá de Oliveira
8º Ano A Turno Manhã
O Blog do Monsenhor é o primeiro ato que faço ao acessar os sites de busca, pois é completo: educa e ensina para a vida
Jéssica Duarte de Oliveira
7º Ano A Turno Manhã
Ler o Blog do Monsenhor é saber que no mundo on line existe não somente a superficialidade, basta conferir e ver
Luanna Graciele
Professora
No despertar do mundo virtual o blog do Monsenhor é minha Aurora que a cada dia fica mais linda!!!
Ester Márcia Luna
Professora
Ler o blog do Monsenhor é ter a certeza da leitura de um bom livro com capitulos maravilhosos a serem construidos
João Paulo Batista
Funcionário
O Blog do Monsenhor é meu livro de cabeceira
Bruno dos Santos Araujo
1ºAno C Turno Noite
Adoro ler o Blog da Escola Monsenhor é a primeira coisa que faço ao acordar
Rafaela Santos
3º Ano C Turno Noite
Ler o BLog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra é buscar o crescimento integral de todos nós
Anarieli da Silva Saraiva
1º Ano B turno tarde
Gosto muito do Blog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra, pois educa e diverte ao mesmo tempo
Maria Monaliza Souza Ferreira
1º Ano B Turno Tarde
Ler o blog do Monsehor foi a forma segura que encontrei para fazer a minha inciação no mundo virtual, confesso que estou maravilhado com tantos artigos bem feitos e que são fonte de conhecimentos necessários a quem quer ser alguma coisa na vida
Renato de Freitas
1º Ano B Turno tarde
Confesso que na web a minha referência é o Blog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra pelos maravilhos artigos postados, bem como comentaristas que encaram com seriedade os artigos em pauta
Aurilene da Silva
Professora
O Blog do Monsenhor é uma Escola virtual que cresce a cada dia com artigos e comentarios bem elaborados
Vera Lucia
Professora
Gostaria de agradece ao professor Junior Calixto e Luiz Domingos que ao adminstrar este blog me deram a oportunidade de adquirir novos conhecimentos
Mateus Pinto
7º Ano A Turno Manhã
Esola Monsenhor
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