PADRE IBIAPINA, O MESTRE DE SOBRAL, CEARÁ |
Transcrição: Luiz
Domingos de Luna*
Padre José Antonio de Maria Ibiapina, assim assinava aquele que o povo chamava de mestre Ibiapina, o maior missionário do Nordeste. Cujo centenário se celebrou em 1983. Hoje em dia ele está quase totalmente esquecido, mesmo no Nordeste, salvo em algumas comunidades rurais muito tradicionais em que se mantêm algumas devoções recomendadas por ele ou nas imediações de Santa Fé, perto de Arara, na Paraíba, onde foi sepultado. Cada ano em Santa Fé no dia 19 de fevereiro uma piedosa romaria reúne os últimos os últimos devotos do Padre Mestre.
Nada
mais injusto do que o esquecimento em que caiu o grande missionário do sertão
do Nordeste. Se tivesse tido continuadores, a face da igreja no Nordeste e no
Brasil teria podido ser diferente. Mas a circunstância histórica não lhe foi
favorável. Depois do Vaticano I, no Brasil a igreja entrou nos rumos da
romanização e do ultramontanismo. Os bispos pediram a ajuda de religiosos
europeus formados na mais estrita observância do Ultramontanismo. A Herança
pastoral autóctona foi abandonada. Em torno à figura do maior e dos mais
originais dos missionários do Nordeste, criou-se um silêncio de quase
reprovação.
Ibiapina
nasceu em 1806 numa fazenda perto de Sobral, no Ceará. O Seu pai era escrivão o
público. Seu pai teve parte ativa na revolução de 1824, conhecida
como confederação do Equador, e foi fuzilado. O Seu irmão mais velho. Pela
mesma razão. Foi preso na ilha de Fernando de Noronha onde morreu
misteriosamente. Estudou dois anos no seminário de Olinda de 1823 a 1825. Mas
não se entrosou e saiu. Entrou na faculdade de direito recém fundada e formou-se
aos 26 anos, assumindo imediatamente a cadeira de direito natural na escola de
direito.
No ano seguinte, aos 27 anos, ele é juiz de direito e chefe da polícia em Quixeramobim. Aos 28 é eleito deputado federal na constituinte de 1834. (...) Em 1855, dois anos depois da ordenação, deixa o Recife definitivamente para buscar a sua vocação no sertão. Deixa a igreja instalada da capital pernambucana que a ninguém para buscar o povo de Deus perdido nesse interior interessa. Então começa a sua vida missionária. Os últimos 28 anos de sua vida vão fazer uma extraordinária carreira de missionário.
De
1860 a 1876 foram os anos da vida itinerante. A partir de 1876, Ibiapina,
paralisado, instala-se em Santa Fé, continuando a dirigir asa suas
fundações à distância. Aí morre em 1883.
Bibliografia:
Ibiapina
José Antonio de Maria, 1805 – 1883
Instruções
espirituais do Padre Ibiapina/ José Comblin {organizador} – São Paulo: Ed.
Paulinas, 1984.
(*)Luiz
Domingos de Luna, professor da Escola de Ensino
Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora – Ceará.
Sala de Redação do Blog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra, Aurora – Ceará. TEL: (88) 35433903. EMAIL nonsenhorbezerra@yahoo.com.br
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