quarta-feira, 12 de março de 2014

MARTINHO LUTERO -VIDA E MONASTICISMO- POR LUIZ DOMINGOS DE LUNA.

FOTO:MARTINHO LUTERO. FONTE: BLOG DO CRATO.


MARTINHO LUTERO- VIDA E MONASTICISMO-POR LUIZ DOMINGOS DE LUNA-POSTAGEM ORIGINAL- BLOG DO CRATO - O CRATO NA INTERNET.

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Martinho ou Martin Lutero, em alemão Martin Luther, nasceu em Eisleben – Turingia (Saxônia), no dia 14 de novembro de 1483. Seus pais eram pobres camponeses, porém esclarecidos e desejavam que o filho fosse advogado, não medindo sacrifícios para mandá-lo estudar. Lutero criou-se numa atmosfera piedosa, baseada nas crenças religiosas e nas superstições de seu tempo.

Aos 14 anos, transferiu-se para Magdeburgo, a fim de continuar seus estudos, e, de acordo com os hábitos da época, ganhava a vida como cantor ambulante. Tornou-se depois, aliás, um dos mais admiráveis hinologistas e um dos maiores músicos de seu tempo. Ao terminar o ano escolar, dirigiu-se para Eisenach, onde uma família local o acolheu. Concluídos os estudos preparatórios, que duraram exatamente três anos, ingressou na Universidade de Erfurt, em 1501. Em 1502 obteve o grau de bacharel em artes e em 1505, licenciou-se, ano em que, levado pelo desejo paterno, inicia os estudos de direito. Dois meses depois de iniciar os estudos, muda de idéia, deixando assim, os estudos de direito, para entrar na Ordem dos Monges Agostinianos. Estudou teologia durante dois anos e, ao final, foi ordenado Sacerdote, começando a lecionar Ética na Universidade de Wittenberg. Esteve sete meses em Roma, entre o ano de 1510 e 1511, a fim de tratar de alguns assuntos de sua Ordem, voltando de lá impressionado com a falta de espírito religioso e de moralidade do Vaticano. De volta a Wittenberg, onde passaria o resto de sua vida, Lutero doutora-se em teologia pela mesma Universidade de Wittenberg. Tornou-se preletor (professor) sistemático sobre a Bíblia e grandes pregadores, cheios de zelo e devoção, cabendo-lhe o cargo, em 1515, de diretor de estudos e vigário distrital encarregado de 11 mosteiros. Lutero passou também a estudar a grande obra teológica SENTENTIARIUS , de Pedro Lombardo, além de Guilherme de Occam , a quem chamava "meu mestre", Biel, Duns Scotus e Agostinho, dedicando a este último grande predileção, sobretudo por lhe ter aberto os olhos contra o domínio de Aristóteles na teologia. Com todo o seu rigor monástico e dedicação ao estudo e ao trabalho , Lutero não se sentia em paz e o senso de pecado acompanhava-o em toda parte. Johann Staupitz, seu supervisor eclesiástico, o ajudou muito. Por seu lado, Lutero influenciou colegas seus na sua oposição ao aristotelismo escolástico. Em 13 de julho de 1525, casou-se com uma ex-freira, Catarina Von Bora, depois de ter deixado em 02 de outubro do ano anterior, o hábito dos monges Agostinianos que vestira durante 19 anos. Passou seus últimos anos no antigo convento de Wittenberg. Por ser um homem que não se preocupava com a saúde, depois de uma curta enfermidade, morreu Lutero no dia 18 de fevereiro de 1546, aos 63 anos de idade, no pequeno povoado de Eisleben, onde havia nascido. INDULGENCIAS. Um elemento novo que pareceu a Lutero um abuso e um escândalo, foi o início de nova e decisiva fase á vida do futuro reformador: Em 1517, o Papa Leão X, em troca de grande soma destinada á construção da nova Basílica de São Pedro, em Roma, acolheu as pretensões de Alberto de Brandenburgo que desejava ocupar simultaneamente o arcebispado de Mainz, o de Magdeburg, e ainda o arcebispado de Halberstadt. Em contrapartida , o Papa concedia indulgências a remissão total ou parcial, das penas que cada um devia sofrer, na terra ou no purgatório, pelos pecados cometidos, que valeriam na medida em que houvesse propósito firme e vontade interior Lutero convencido de que a salvação só poderia vir de uma relação pessoal com Deus e de que as indulgências eram mero negocio, pregou contra o seu abuso ( as indulgências fundamentavam-se na doutrina do tesoura de merecimentos desenvolvida pelos teólogos do século XIII ) Afixando as suas famosas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517. Essa tomada de decisão, ou seja, a posição assumida por um monge conhecido e respeitado contra um grande abuso correu todo o Império, e Johannes Tetzel, o dominicano encarregado pela venda das indulgências, respondeu imediatamente e instigou outros oponentes e teólogos a acusarem Lutero de herege. Lutero respondeu,, com um sermão intitulado "INDULGENCIA E GRAÇA" , cujos argumentos reforçaria em trabalho posterior, RESOLUTIONES LUTHERIANAE (Resoluções Luterianas) Lutero acaba apelando ao Papa, mas este exige que ele se retrate ( bula exsurge domine,, 15 de junho de 1520 ),Lutero recusa-se e queima a bula pontificial em praça pública, a 10 de dezembro do mesmo ano, sendo então excomungado. Não pretendendo deixar a igreja, nem mesmo reformar os costumes eclesiásticos, mas sim colocar a teologia a serviço do que entendia por "a verdade ", Lutero usa todos os meios para convencer o clero dos erros que ele apontava. Em 1520 escreve três escritos reformistas e conclama pela reforma da Cúria, pela supressão do celibato eclesiástico e dos privilégios do clero. Participa de vários debates e ganha enorme apoio popular, traduzido em grande ovação quando se dirige de Wittenberg para Worms, em 17 de abril de 1521. Ali se inaugura a dieta na qual a sua oposição é discutida, estando presente o próprio imperador. Embora reconhecendo que fora duro nas suas expressões, Lutero não se retratou ante a assembléia e ainda causou boa impressão ao eleitor Frederico, embora ficasse sob a condenação imperial até o fim da sua vida. Não querendo tomar atitude pública a seu favor, o eleitor fê-lo sequestrar, mantendo-o em segredo vários meses no castelo de Wartburg, perto de Eisenach, onde Lutero continuou a escrever e onde traduziu do grego o Novo Testamento, criando nova língua para a literatura alemã. Em 10 de março de 1522. Lutero deixa de forma espontânea o seu esconderijo, continuando a luta livremente durante mais 10 anos. A rigor, todas as idéias reformistas de Lutero já tinham sido expressas em séculos anteriores. A conjunção de personalidade genial e momento propício é que faria eclodir a reforma, cujo evento inicial consiste na divulgação das já anteriormente citadas, 95 teses. A discussão acerca de aspectos teóricos, as medidas disciplinares aplicadas por Roma, as consequencias eclesiásticas da aplicação setorial das reformas , bem como a confluência de fatores político-econômico-sociais marcarão toda a história européia, no século XVI. Apesar disso, Lutero e seus colaboradores insistiram na ênfase aos aspectos estritamente religiosos do movimento, resultando daí o afastamento de grupos inicialmente simpatizantes: Os reformistas radicais, os humanistas ligados a Erasmo de Rotterdam e a maioria dos camponeses revoltados. A maior prova de que a intenção primeira de lutero, embora depois distorcida, era puramente religiosa foi o fato de que no ano de 1524, o próprio Lutero se empenhou numa polêmica contra os já citados camponeses revoltados, chegando ao ponto de no ano seguinte, concordar com o seu massacre em praça pública. O ano de 1530 assinala o evento mais importante da reforma luterana. Seus colaboradores ( adeptos), apresentam a Carlos V a CONFESSIO AUGUSTANA ( confissão de Augsburgo), documento que sintetizava a doutrina do movimento, pondo em relevo os aspectos dogmáticos que garantem a continuidade e unidade com a fé católica, ao mesmo tempo que considera secundárias as divergências. A Confessio Augustana foi redigida pelo mais importante colaborador de Lutero, Melanchthon, e continua sendo o símbolo por excelência das igrejas luteranas.

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