FAMILIA LUNA EM AURORA CEARA,ANO 1948. |
O MONGE E O JORNALISTA PARTE II
SOBRE A VOCAÇÃO DO MONGE SALUSTIANO GRANGEIRO DE
LUNA
Retomando a questão do
Menino Caipira que se Fez Monge, se a vontade do menino era de ser um religioso,
por que não procurar o Seminário de
Fortaleza fonte geradora dos clérigos do
interior do Ceará, ora, se o menino caipira estava diante de um amor impossível
( moça rica tendo os pais fazendo tenaz oposição ao casamento com o primo
caipira pobre) me parece que ao ser
ordenado sacerdote em Fortaleza teria ao dispor uma paróquia no interior do Ceará, visto a carência de padres seculares na época, ao assumir uma paróquia, teria o menino
caipira eliminado o preconceito de pobre
e caipira e seria visto como um sacerdote da Santa igreja de Roma e a pecha
social colocada pelos pais da moça no caipira, perderia a sua razão de ser, assim,
moralmente, o caipira estaria livre deste preconceito por parte dos pais
da moça.
Ao rumar para outro estado, à
bem da verdade, para a capital do país, me parece que o menino não estava
querendo dar uma resposta para os pais da moça, mas ativar nas entranhas do seu
ser a busca pelo equilíbrio, pois, segundo o redator, com a pecha social sofrida
por parte do menino, onde todos os amigos tomaram conhecimento da gozação, pobre e caipira, com moça rica, não,
essas palavras devem ter ficado bem impregnadas na mente do jovem, a ponto de
buscar o equilibro do seu ser, que com certeza estava todo em frangalhos, a
auto estima deve ter ficado no fundo do poço, Mas como o caipira poderia equilibrar
o seu ser. Porém, se fosse ser vigário em Fortaleza mostraria que seria apenas uma
pessoa rancorosa em busca da restauração de sua imagem à ótica dos familiares, principalmente
dos que fizeram tenaz oposição ao seu casamento com a moça rica.
O MENTOR INTELECTUAL JOSÉ JOAQUIM TELES MARROCOS.
O Caipira, diante da dor, foi
orientado a reconstruir o equilíbrio do seu ser, num prisma voltado para a elevação da alma e da grandeza espiritual
num estágio mais purificado; para isto o redator cientifica que o grande
orientador e instrutor da vida religiosa do menino foi o seu professor José
Joaquim Teles Marrocos, que esculpiu na alma do garoto, o som da humilhação
familiar que passara, e fato de deboche nos bares, botequins, praças e alamedas
de Barbalha; O Menino pobre casar com a ricona de berço, isto não dá certo, o redemoinho sonoro desta realidade imutável, a falta de coragem para enfrentar o peso da
gozação social, associada a vaidade espiritual do professor, fez com que o
boato se invertesse” “você tem boa colocação, por que deixá-la para entrar para
o convento: para se santificar não é necessário tornar-se frade”, ou “ rapaz: ,
você está maluco, ser frade não é do
nosso tempo”; assim, por força da influência iluminista do professor
Marrocos o boato do menino pobre e
caipira que iria se casar com a moça rica de Barbalha foi substituído pela
loucura de um grande comerciante que iria deixar tudo, inclusive a moça rica,
para ser um Pobre Frade da Ordem de São Bento ou Monge, o professor Marrocos
deve ter pensado: se o menino caipira casar com a moça rica e se o casamento
der certo, seria visto para sempre como o pobretão que ficou rico graças aos dotes da ricona e se
desse errado, todos iriam dizer, veja: o que dar quando uma moça rica se
envolve com um pobretão caipira; logo, segundo
o professor, o menino que suportou
tudo poderia ter uma boa vida econômica, mas jamais teria sua própria história,
pois a sua história sempre iria pertencer a moça rica, o professor entendeu que no Mosteiro de São
Bento Rio de Janeiro ele poderia não fazer
o seu próprio caminho , mas com certeza faria sua própria história, ora,
a moça rica ao saber desta certeza histórico espiritual do futuro monge, partiu,
sem temer, deixou tudo para trás e foi
ser monja seguindo os mesmos passos do
menino caipira.
O AÇO ESPIRITUAL DA MONJA ANA GRANGEIRO CHAVES.
Quem orientou a moça rica
para tomar tamanha decisão? Isto o redator ainda não sabe, mas o jornalista que
redigiu a nota e fez publicá-la tinha conhecimento destes fatos, pois ao tornar
pública a futura vocação do menino caipira, a moça rica ficou numa situação
bastante desconfortável, pois quem escreveu sobre a moça rica ou sobre a monja Ana
Grangeiro Chaves nome religioso de Madre Benta, pertencente à congregação das
missionárias beneditinas no Mosteiro de Olinda, Pernambuco? A redação deste capítulo é sempre um trabalho
incompleto, pois o redator não tem nenhum conhecimento sobre a vida monástica
de Madre Benta, mas isto não que dizer
que o jornalista não sabia; pelo contrário, o jornalista tinha conhecimento
detalhado da vida monástica de madre Benta, pois segundo o redator, a
publicação da nota jamais foi contestada pelo Mosteiro de Olinda, ou mesmo, por
familiares da monja; ora, uma madre Beneditina é uma liderança religiosa e tem muitas discípulas , por que nenhuma
discípula da madre contestou a nota em algum matutino de Pernambuco? Ora, o jornalista tinha uma força e um
crédito muito grande na mídia nacional e mais do que isso tinha conhecimento de
causa a ponto do Mosteiro de Olinda nunca ter se manifestado sobre a nota do
jornalista.
O Poder de conhecimento do
jornalista do cotidiano dos dois monges, Madre Benta e Dom Joaquim não é algo
provável, é a mais pura verdade; pois, se a nota não correspondesse com a
realidade, na mais crua realidade o mosteiro de Olinda teria se manifestado vez
que a monja também fez votos perpétuos e pelo que consta também foi sepultado
neste mosteiro. Ou seja, no mosteiro de Olinda, Por que o mosteiro de Olinda
não se pronunciou sobre a nota publicada pela jornalista? O Redator entende que
madre Benta teve sua vocação inspirada na vocação do primo monge e deve ter doutrinado
as suas discípulas sobre a sua vocação, e nisto o processo é inverso, e as
cartas dirigidas entre estes dois religiosos devem ter ficado bem claro, em
nível de igreja, a ponto de a canalização espiritual entre os dois religiosos
nas suas atividades religiosas repassadas pelas cartas ter dado a convicção ao
jornalista, que realmente tinha conhecimento sobre estas cartas e a
tranqüilidade da não negação futura da nota que fez publicar.
Trabalho em elaboração pelo
professor Luiz Domingos de Luna sobre a vida dos primos monges ( Ana
Grangeiro Chaves e Salustiano Grangeiro
de Luna )Email: falcaodouradoarte@hotmail.com
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