FAMÍLIA LUNA EM AURORA CEARÁ,ANO 1948. |
O MONGE E O JORNALISTA PARTE IV
O AÇO ESPIRITUAL DO MONGE – D. JOAQUIM GRANGEIRO
DE LUNA.
Qual era mesmo o objetivo do
Menino Caipira, após a doutrinação do seu mestre José Teles Marrocos? Entendo
que o fragmento amoroso químico material existente, diante da impossibilidade
do intimo do ser do caipira ao reconhecer a sua fragilidade na sua história de
vida e na jactância da moça rica em não calar, ou não tentar calar a sociedade
barbalhense, ou mesmo, diante da omissão verbal por parte do que ela achava
sobre o abismo econômico entre os dois, gerou no monge uma espécie de vaidade
espiritual, pois o silêncio da moça rica era o combustível para que o boato
ganhasse força e forma no seio da sociedade barbalhense, o que, já por antecedência,
a moça rica teria a sua vitória preconizada pelo valor material que ela possuía,
o parentesco foi tungado na história,dada ao silencio da moça rica, silêncio
separador, silêncio, o poder do silencio de quem pode silenciar, silêncio
perfeito silencio, conveniente. Silencio, poderoso silêncio. Mas a moça rica
calou para deixar o primo pobre e amado, futuro esposo, cair ardendo nas garras
das línguas ferinas da sociedade barbalhense que encontrou um meio fértil para discutir
a questão do poder material e do poder do nada material; a moça rica tinha a
noção do estrago que ela estava fazendo para ela mesmo, o redator entende que não, o redator
entende que à ótica barbalhense o simples fato de dizer que a moça rica era
prima do monge pobre já era o suficiente para honrar a dignidade moral do
futuro monge. Ela creditou a segurança futura da ligação amorosa ao principio “amo
o meu primo pobre que me ama”, num raciocínio simples, mas desprovido de
colunas racionais, característico de pessoas que vivem o esplendor da
adolescência, uma afirmação totalmente emocional, mas quando tudo foi
acompanhado passo a passo pela sociedade barbalhense, e com a interferência do professor
Marrocos, a moça rica se subtraiu à sociedade barbalhense e buscou o homem que
ela tinha perdido; ai sim ela lutou,
lutou bravamente pelo homem que ela amava de verdade, como pode ? tanto silêncio desperdiçado para tanta garra e determinação na ação cotidiana continuada, o que pensa o
redator ?, Entendo que o silencio da
moça rica fez parte de uma gestação familiar
planejada, calculada milimetricamente, e que a moça rica ao ser
despertada por alguma mestra, começou a entender a forma desconexa de seu
casamento e rumou desesperadamente para salvar o seu casamento, realmente conseguiu, embora de forma
espiritualizada, o que, para o redator não teve nenhum prejuízo na constância
firme do seu ideal. O que o redator tem de fundamentação histórica sobre esta
ligação espiritual entre o monge e monja, nada, mas em trabalho de campo quando
da pesquisa da Àrvore Genealógica da famílias Luna, os entrevistados da época foram unânimes em
dizer que durante as pregações do monge ele sempre dizia da inconveniência de
casamento de primos com primas, ou parentes com parentes e a justificativa era que
a sobrecarga genética hereditária poderia gerar filhos doentes ou deficientes,
nisto, tenho que reconhecer que antes da pregação já existia muito parente com
o mesmo nome dado à integração matrimonial na própria família, este alerta com
certeza evitou a hegemonia genética do patrimônio familiar, porém, o redator
acredita que além desta hegemonia familiar tinha um componente a mais, pois
talvez ele tivesse sido vítima de algo que ele mesmo tenha vivido e, quem sabe?
Talvez também ele tivesse conhecimento de algum prejuízo na relação cotidiana
de dois parentes próximos e que não foi uma boa experiência, ou algo que ainda
está para ser revelado, são questões muito delicadas e prováveis que somente o
monge sabia, tinha conhecimento pleno sobre o assunto.
O AÇO ESPIRITUAL DO JORNALISTA
Pelo exposto o jornalista também tinha um
certo receio em tratar o assunto, pois segundo o redator o jornalista
empresário fez questão de mencionar que a moça rica era prima do menino
caipira, isto de fato deve ter dado um charme especial para a notícia bomba,
pois quem iria desprezar um casamento com um primo pobre apenas porque ele é pobre?
Ou seja, a pobreza é maior do que o laço sanguíneo, a pobreza despreza o
parentesco, substitui o parentesco quando se é pobre, indiretamente o
jornalista fez a pergunta que parentesco é este? Que família é esta? Além é
claro do pacto que ambos já havia feito logo a elaboração do pacto tinha uma
fundamentação muito lógica, pois abraçar este conteúdo familiar seria, uma
espécie de alerta, cuidado, pois se ficar pobre ficará sem origem, é uma
espécie de ultimato que mexe com uma força que amedronta qualquer um, que é a
grandeza do tempo, assim, ninguém desta linhagem familiar tem o direito de ser
pobre, pode ser pobre, contanto que não seja parente do rico, seria negar a sua
própria origem, quem tem essa coragem de ao não conseguir segurar a grandeza
patrimonial entrar no esconderijo perpétuo do anonimato pleno, dento do próprio
seio familiar.
Trabalho em
elaboração pelo professor Luiz Domingos de Luna sobre a vida dos primos monges
( Ana Grangeiro Chaves e
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