domingo, 13 de abril de 2014

CEMITÉRIO DA BAILARINA REGISTRO OFICIAL NO SITE DE AURORA PARA A REVISTA AURORA.

CEMITÉRIO DA BAILARINA, SITIO CARRO QUEBRADO, AURORA- CE.


CEMITÉRIO DA BAILARINA REGISTRO OFICIAL NO SITE DE AURORA PARA A REVISTA AURORA.

REDAÇÃO:JOSÉ CÍCERO DA SILVA

Localizado no sítio Carro Quebrado na confluência de Espinheiro e Antas a cerca de 20 km da sede de Aurora, o cemitério representa por assim dizer, um imenso baú a céu aberto contendo um dos acontecimentos mais interessantes e enigmáticos do passado de Aurora e que por isso mesmo, precisa urgentemente ser resgatado, revisitado, contado e estudado numa perspectiva de preservação da nossa memória histórica e sua conseqüente transmissão à geração advinda. A origem do local como um todo, permanece até agora envolto numa densa cortina de mistério, bem como num verdadeiro misto de devoção religiosa, medo e superstições populares. Sua existência ao longo do tempo, tem ajudado a povoar de impressões imagéticas a cabeça e o imaginário coletivo de todos quanto habitam aquela longínqua região do riacho das Antas, desde os mais velhos aos mais novos. Não raro são as inúmeras estórias de alma-penada, visagens e assombrações que as pessoas acreditam estar relacionadas ao cemitério. Tanto que poucos são os que se atrevem passar pelo local desacompanhados. Outra crença geral que permeia aquela povoação, diz respeito a existência de vultosas “botijas” repletas de objetos valiosos e moedas de ouro contidas no interior de algumas das catacumbas. Muitos afirmam por sua vez, já ter sonhado com esta premonição. Entretanto, falta-lhes coragem para consumar o intento de desenterrá-la, devido ao receio da maldição que poderá se abater sobre aquele que não for o escolhido, asseguram.

Todavia, tudo o que hoje ainda se sabe sobre o assunto vem sendo contado a conta-gota através da fértil e inventiva oralidade das pessoas geração a fora. Gente simples certamente, mas que não são dadas a qualquer espécie de mentira, principalmente quando se trata de coisas da sua terra e do ‘além’ como eles próprios gostam de assinalar. De fato, o sagrado para aquele povo possui o mesmo valor de uma ‘sentença de granito’ e de respeito profundo, firmado com o seu próprio destino para o todo e sempre. De tal sorte que, clarear a descrição da sua gênese não será tarefa fácil, posto que a ninguém foi dado conhecer a data exata e, tampouco os nomes das pessoas que ali estão sepultadas. Nem mesmo as gerações do passado souberam determinar o ano em que a necrópole da bailarina surgira no meio da caatinga aurorense. Porém, movidos pelo espírito da descoberta e em nome do conhecimento e da pesquisa, decidimos ir fundo neste intrigante assunto, eu e o professor Luiz Domingos, velho parceiro de outras expedições como, por exemplo, a que tratou do estudo/descoberta dos vestígios paleontológicos existentes no também desconhecido sítio arqueológico da Massalina do rio Salgado (matéria que por sinal foi tema de reportagem do jornal Diário do Nordeste em sua edição de 19.02.06).

Fomos então provar in situada própria materialidade dos fatos, mas sem perder de vista a ótica científica e historiográfica da observação, da vivência e do senso-comum das pessoas. Eram pontualmente 6h numa bela manhã de sábado (25/11) quando deixamos a cidade de moto, com destino à comunidade rural onde imaginávamos existir o tal cemitério. Na bagagem pouquíssimas coisas, somente o estritamente necessário, como convém aos que se propõem a este tipo de incursão: um pouco de comida já preparada na marmita (a cargo do professor Luiz), chapéu para proteção contra o sol, café, câmara digital para registrar as imagens, medicamentos de primeira ordem, papel e caneta para anotações, (posto que o nosso gravador resolveu não funcionar logo na saída) e por fim, muita disposição para mais uma aventura. No trajeto a visão panorâmica da natureza compunha um espetáculo à parte. Numa sucessão variável de cenas, a paisagem ia aos poucos preenchendo o nosso olhar, ora com coisas agradáveis e belíssimas; malgrado estarmos ainda em pleno ápice da estiagem; ora, com imagens tristes e lamentáveis, encetadas por visíveis agressões contra nossa biodiversidade e os recursos naturais. A discussão e as opiniões trocadas com o companheiro Luiz ao longo da estrada sobre tudo isso, também foi um detalhe por demais enriquecedor. E lá íamos nós, a pleno pulmões se levarmos em consideração o ensurdecedor barulho ocasionado pelo motor do veículo. Os caminhos às vezes coloridos e pardos pareciam passar por nós em disparada e não o contrário... A plasticidade daquele ambiente rural ia pouco a pouco compondo e esquadrilhando todo o alcance da nossa visão. E isso era bom. A paisagem natural era como uma exposição de arte sacra e surreal a encher nossos olhos. E estava ali, graciosamente ao alcance das mãos e tinha até cheiro. Cheiro rural, dos matos, dos bichos, do próprio rio Salgado que durante boa parte da viagem nos acompanhou como um parceiro ao nos indicar o caminho mais fácil. Assim como, o correr monótono e solitário dos trilhos da linha de ferro semi-abandona. Tudo ali se misturava numa química perfeita à poeira da estrada. Poeira que segundo os moradores, não causa nenhum tipo de doença. Nossas crenças e o excesso de zelo às vezes nos são mais daninhos que ela... Bom, diria que a viagem de ida e volta foi assim: uma sucessão intermitente de belas e tristes imagens. O triste; vê como a galope, a linha férrea no atual estado de abandono. O que antes era um féerico sinal de progresso e de orgulho, hoje mais parece um pedaço de solidão e de tristeza materializado em puro metal como que cortando a nossa própria carne. O que antes nos ligava à capital, ao mar e ao mundo, hoje aponta para o nada. Triste também foi constatar o Salgado bem na nossa frente quase agonizando num evidente pedido de socorro que ninguém escuta ou finge não mais entender o seu dialeto de outrora, quando os homens eram menos cruéis e o tratavam com devoção e reverência. Dantes o Salgado era partícipe importante nas boas colheitas e na fartura. Agora o tratam como um inimigo desnaturado. Estão quem sabe, ocupados demais com a visão utilitária da vida e da natureza. O Salgado está morrendo e esta visão me soou plangente e aterradora. Seco, assoreado, sem vida aquática, descoberto e nu. Sem a sua antiga mata ciliar que o protegia, o rio da Aurora mais parece uma criancinha recém-nascida jogada ao léu, entregue a própria sorte. Temos que salvar o Salgado, pois o nosso tempo já venceu, não há mais o que esperar!.. Triste, foi vê a dimensão do desmatamento a se estender como uma praga sobre as nossas planícies, serras e elevações. A feiúra da terra castigada pelas queimadas repetitivas saltava aos olhos como um fantasma a zombar da ignorância dos homens. A fumaça como um antigo sinal indígena, hoje comunica destruição e descaso perante a natureza. Na nossa viagem a vimos em todos os quadrantes, sobretudo nas serras do Coxá e Diamante e com extremo pesar fizemos até fotos. Triste também foi vermos o forte indicativo do êxodo rural estampado nas inúmeras residências abandonadas ao longo do nosso trajeto. Ambientes desérticos e fantasmagóricos é tudo que resta da velha bonança.

Onde antes havia vida, um lar, uma família trabalhando a terra, hoje não se ver mais nada a não ser uma saudade distante expressa no canto sorumbático do vim-vim e da cigarra, aqui e acolá, a nos invadir os ouvidos como uma velha cirene de usina a nos indicar o pico do meio-dia. Sem gente, nada resiste por ali. Talvez por isso poucas são as casas que ainda se mantêm de pé num esforço hercúleo em desafiar dia após dia a própria lei de Newton. O poço destruído e seco, as roseiras, as frutíferas, as nascentes todas mortas, como um sinal de protesto coletivo contra este crime chamado descaso. Ali o abandono da vida parece doer bem mais que o espinho do mandacaru a nos furar o calcanhar. Aliás, apenas o mandacaru e o juazeiro ainda teimam em resistir bravamente àquele cenário desolador, macabro e dantesco em que está paulatinamente transformado o nosso sertão no seu contexto geográfico mais geral. Mas esta realidade, infelizmente não é um privilégio de Aurora. O que é pior, há muito deixou de ser uma mera exceção, passando a ser regra não apenas no interior rural do Cariri como também em todo o Nordeste. Bom, mas como dizem, a vida continua... e eu, quero verdadeiramente acreditar nesta assertiva. E lá íamos nós, seguindo o rumo das ‘ventas’ em busca do desconhecido.

Próximo e alhures cruzávamos com pessoas ora na estrada ora distante em seus afazeres domésticos (poucas por sinal). As crianças como sempre eram as mais curiosas às vezes até acenavam para nós. Retribuímos a todas elas num gesto de carinho e agradecimento. As crianças sabem muito, justamente por sua inocência e desprendimento com que realizam seus pequenos atos. Belos atributos que hoje fazem muita falta aos homens da chamada pós-modernidade. Penso que, todo o futuro daquele ambiente agredido e devastado pelas atividades humanas vai depender muito delas daqui para frente. O professor Luiz Domingos era, além de piloto o guia da nossa empreitada. Um tagarela em potencial. Víamos as águas dos açudes com raro prazer. Porque se água é vida como se propala aos quatro ventos, ali ela significa ainda mais: um símbolo de poder para os latifundiários donos de terra e uma questão de pura sobrevivência para os menos afortunados do bolso e da sorte (o agregado) como diria o mestre Patativa. Prosseguimos nós. Passa, boi, passa boiada... Víamos alguns poucos pássaros Bem-te-vis, Anuns, urubus e o verde vivaz de vários pés de ‘Juá’ contrastando com a sequidão descolorida da vegetação rasteira e do juremal a se estender por todos os lados, como se fosse o ilusório mar de Conselheiro coberto de arbustos, cactos e espinhos posto ali, como de propósito para atormentar as nossas vidas.

Na busca incessante da nossa fonte de pesquisa (nosso elo perdido por assim dizer), deparamos com a vida teimosamente a pulular aquele ambiente frágil e quase estéril da caatinga nordestina. As árvores secas, desfolhadas que avistávamos de longe mais pareciam gente com sede, genuflexa, de braços erguidos pedindo água a Deus. E os céus as ofereciam sol, muito sol, para beber e secar o que ainda resta dos açudes e das lagoas. E passa morro, passa serra, passa cancela... até que finalmente chegamos a primeira etapa da nossa procura. Ufa! A sede era algo indescritível. Nesses raros momentos é que mais compreendemos o infinito valor que pode ter um simples e modesto copo d’água. Penso que todos deveriam experimentar passar por isso.

Quem sabe aprendessem a valorizar e preservar o precioso líquido que é a água, muito mais que uma espalhafatosa e açucarada garrafa de refrigerante. Quem sabe, passassem a diminuir a poluição e o desperdício, inclusive nas suas vidas diárias... E assim, com o sol já alto adentramos os limites do sítio Antas/Espinheiro. Nossa primeira parada, a casa do Sr. Dé de Lisboa. Uma figura altiva e agradável, como também bastante comunicativa. Suas longas costeletas brancas me fizeram lembrar Tamandaré e Caxias. Com pessoas na alta calçada, a maioria familiares, ele nos recebeu com indisfarçável cordialidade. Uma das várias características do cidadão rural – a bondade e a presteza para com o visitante, coisas que o homem citadino há muito desprezou. Conversamos longamente como se o tempo e as horas não tivessem pressa de passar. O professor Luiz, prolixo como sempre, procurava vez por outra prolongar o assunto, bem aos moldes dos roteiristas holliwoodianos.

Indaguei o que achei necessário, oportuno e pertinente em relação à pesquisa. Fiz anotações e registrei todos os ângulos possíveis de imagens daquele momento. Na casa do Sr. Dé, tomamos um agradável banho o que em muito ajudou a restabelecer nosso ânimo e notadamente as energias. Depois nos ofereceram o tradicional café, uma das hospitalidades da casa. Com a promessa de retornamos depois, seguimos em frente. Partimos para a residência daquele que, segundo os próprios moradores do lugar, seria o arquivo vivo de parte considerável da história da comunidade – o Sr. José Pedro das Neves, cuja residência ficava um pouco mais afastada de onde estávamos. Mais uma vez fomos recepcionados com a amabilidade incomensurável da gente sertaneja. Após a apresentação de praxe feita pelo professor Luiz, o Sr. José Pedro disparou a falar acerca de vários episódios da história da bailarina, da visita de Lampião ao lugar, das minas do Coxá que nos primórdios do século passado pertenciam ao Padre Cícero Romão Batista, das brigas e assassinatos históricos ocorridos naquelas paragens, da ordem de Santa Cruz e dos penitentes que tiveram origem na região. Enfim, de novo, foi uma conversa bastante proveitosa. Muitas das nossas interrogações preliminares foram pari passu solucionadas a partir daquele instante. Outras, obviamente passaram a existir a partir das elucubrações e informações compartilhadas com o decurião da Ordem Santa Cruz, o Sr. José Pedro. O professor Luiz que há muito e de muitos esconde a sua participação no grupo de beatos, depois daquilo tudo não teve jeito... revelou-se quase que de maneira explícita e compulsória. Sinal dos novos tempos eu presumo. Com a sua devida vênia é claro!..

Bom, uma vez ainda na casa do Sr. José Pedro, bebericamos aquele saboroso café caseiro, bem ao gosto do companheiro Luiz que muito preza o hábito da cafeína. De lá resolvemos de roldão, já que não estava nos nossos planos visitar primeiro a antiga mina do Coxá. Responsável no passado pela histórica contenda que envolveu o padre Cícero, Dr. Floro e demais potentados de Aurora ante as demarcações daquelas terras no início do século XX. Seguimos. Nos perdemos em meio as encruzilhadas de acesso ao Coxá e Diamante, onde agora existe a exploração de minério por uma concessionária da Vale do Rio Doce. Além de devastação e abandono, encontramos muitas queimadas. Por um momento tive medo de que a serra inteira estivesse em fogo. Mas não, apenas o barulho característico da mata, me acalmou o professor Luiz. Acesso difícil. A picada era intransponível para o nosso transporte (uma moto 125). Em muitos momentos tivemos que carregar literalmente o nosso transporte nos braços, tamanha era a dificuldade para atingirmos o cimo do serrote, onde os homens estavam trabalhadando. O caminho aberto na mata só pode ser feito mesmo através de carro tipo Toyota com tração nas quatro rodas. Exausto, fotografei alguns pontos. Do alto da serra a visão era simplesmente fenomenal. De lá víamos com mais exatidão os locais das queimadas. Do alto enxergamos igualmente toda região até o limite onde se finda a chamada linha do horizonte. O retorno foi relativamente fácil e até mais rápido. Afinal, como dizem, na descida todo santo ajuda. Após um pequeno descanso já no sopé do serrote, bebemos um pouco de água, por sinal na casa de um ex-aluno do professor Luiz. Foram goles providenciais e reparadores. Acho que nunca mais me esquecerei daquela água gostosa e fria. Resolvemos voltar para o principal foco da nossa viagem, ou seja, o estudo do cemitério da bailarina, por volta das 13 h com o sol a pino, escaldante. E lá fomos nós mais uma vez com destino ao sítio Carro Quebrado. Mais uma parada, desta feita na casa da Jovem Babilônia outra ex-aluna. Lá, fizemos o nosso lanche. Dali, com as energias recuperadas seguimos de novo para a casa do Sr. Dé, onde após outro descanso, nos foi apresentado dois guias que finalmente nos levaria ao local onde estava localizado o cemitério. Nas extensas e demoradas conversas que tivemos com os moradores da região; especialmente os mais antigos foram unânimes em afirmar que a origem do cemitério remonta os anos entre 1750 a 1817 quando um certo alferes Canuto oriundo da Bahia escolheu aquela região erma para acoitar cangaceiros e construir uma espécie de campo de concentração de escravos e deserdados dos mais diferentes espécimes. Esta versão nos foi repassada pelo decurião José Pedro. Ainda segundo ele, havia uma inscrição em um dos túmulos que assinalava o óbito do sepultado de 1817. O epitáfio agora se encontra coberto pela várias camadas de tinta e cal. Nos anos 50 o então pároco de Aurora, monsenhor Vicente Bezerra ao tomar conhecimento do enigmático campo santo mandou cercá-lo de pau a pique e proibiu terminantemente qualquer sepultamento e plantação de lavoura. O cercado não existe mais, porém a proibição está vigorando até hoje conforme os habitantes das imediações. A despeito das diferentes versões acerca da gênese do cemitério, a que prevalece é a que aponta para a epidemia que assolou boa parte do Cariri numa época distante. A doença que vitimou muita gente ainda ficou popularmente conhecida na região pela alcunha de “Bailarina”, razão pela qual surgiu o nome do cemitério. Ainda, conforme eles, tratava-se de uma forte febre, seguida de tremor violento, diarréia e vômito. A ‘bailarina’ matava o infectado em menos de 24 horas e, devido a rapidez do seu contágio o corpo tinha que ser sepultado também com celeridade. Há inclusive uma pequena histórica contada até hoje sobre uma jovem de 21 anos de nome Jacinta que após um possível desmaio, foi dada como morta. Supondo ser ela mais uma vítima da bailarina, depressa os familiares a colocaram numa rede e rumaram para o cemitério. Chegando no local um forte temporal cobriu a região. Sem ter como realizar o sepultamento os homens decidiram amarrar a rede nas árvores e voltaram para suas casas na intenção de enterrá-la somente no dia seguinte. Meia hora depois no início da noite, a moça retorna a casa dos seus pais com plena saúde, com a rede enrolada debaixo do braço apenas reclamando do frio, sem saber o que de fato acontecera. É provável que a tal bailarina se tratava mesmo de febre espanhola ou cólera. Doenças que no passado assolaram populações inteiras pelo mundo, ganhando proporções de epidemias a pandemias. Ocasião em que até mesmo um presidente brasileiro se tornou vítima deste fatídico episódio (febre espanhola). Cerca de 14 túmulos ainda permanecem solidamente conservados, graças ao trabalho voluntário do Sr. Dé de Lisboa, que herdou esta devoção por incumbência do seu pai já falecido e que durante a vida inteira cuidou da conservação do cemitério. Construídos de pedra, argamassa e cal, os túmulos da Bailarina são ainda hoje pintados anualmente pelo seu zelador. O terreno onde os mesmos estão localizados também é capinado principalmente quando se aproxima o dia de Finados e o local é preparado para a visita do grupo de penitentes e outros moradores da comunidade. Naqueles dias flores e velas são colocadas sobre os mausoléus como forma de adoração e enfeites. Cumpre destacar que visitas ao local é pouco comum...

O cemitério da bailarina é, em última instância, uma prova inconteste de que o nosso passado permanece cada vez mais vivo no nosso presente do que supomos, suscitando assim nosso despertar para o futuro. No entanto, há um claro propósito a ser seguido: nunca relegar ao ostracismo as coisas marcantes do nosso pretérito, sob pena de não encontrarmos o verdadeiro caminho do nosso amanhã, enquanto sujeitos de uma coletiva construção histórica.

Finalmente, o lendário cemitério da bailarina configura-se como o bom-combate da memória contra o esquecimento.

Um comentário:

Filipe Brito disse...

Parabéns pelo trabalho, texto muito bom.
Adorei a iniciativa.
Bom trabalho!