terça-feira, 27 de março de 2012

ESCOLA E EDUCAÇÃO EM DEBATE !

Luiz Domingos de Luna*

Educar é provocar mudanças, porém se não existir alteração no universo de visão interior, de conhecimentos, de atitudes, de posturas, de leitura social, com certeza não haverá educação de qualidade ao repasse dos educandários públicos e particulares. Alterar esta variante na objetiva do aprisionamento do conhecimento deve ser função da escola. Assim se pode afirmar que “a avaliação do aluno é a aferição do nível de conhecimentos oferecido pela própria casa de ensino; pois, uns estão vitoriosos, outros nem tanto e vários simplesmente estão mal”. - Os que estão mal recebem algum estimulo para mudar? Ou recebem apenas cobranças, cobranças e mais cobranças... Por que tantas cobranças? - Acredito que a escola cumpre bem o seu papel na função de educadora, pois ela só cobra o que ela mesma oferece, não dá para mudar a escola, dá para mudar o aluno, Tem que mudar a postura do aluno, do contrário, reprovação nele. - Isto está certo? - Claro, a escola ensina o aluno aprende, se não aprender tem repetência no final do ano e dá certo, isto é uma certidão. -Terminada esta certidão o aluno vai atuar onde? - Vai atuar na sociedade, - Na sociedade? - Com certeza, o aluno passa a ser um produto da sociedade.Se o aluno atuar bem, tiver uma função de relevância social, uma boa posição no mercado de trabalho, sempre terá uma escola para assumir a paternidade, os louros, os brios, a vitória, as raízes educacionais, às vezes tem até uma disputa “Família e Escola” para avaliar quem foi o responsável pela honra, pelo mérito.É só alegria, alegria pura. – E se der errado quem foi o culpado? - O Aluno, o aluno fez sua própria desgraça. - Mas a escola ofereceu a este aluno a possibilidade de mudança? - Com certeza, a escola fez o de sempre, deu oportunidade para absorver o conhecimento, aprender a fazer leitura educacional e social, orientação sobre: as mais variadas ciências, pinturas, músicas, artes cênicas, esportes. Enfim, fez tudo: dialogou inúmeras vezes, exaustivamente com este aluno, com a família, com a comunidade...Dedicou-lhe todo o tempo possível para que a mudança acontecesse. – Mas... - Mas o quê? - Mas infelizmente não aconteceu. - Como não aconteceu? Aconteceu “com a mesma tenacidade, a mesma garra, a mesma determinação o que mudou foi apenas o sentido da seta”. - Que seta? - (a seta do dar certo, ou dar errado?) - Entendi, o problema não está em fazer a educação, mas em como fazer a Educação para atender as necessidades da sociedade. – Exatamente.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra. Rua Cel. José Leite, s/n Araçá – Aurora, Ceará. CEP: 63.360.000. TEL: (88) 35433903. Email do autor falcaodouradoarte@gmail.com

sexta-feira, 23 de março de 2012

EDUCAÇÃO - UM EDIFICIO EM CONSTRUÇÃO


                                                                     Luiz Domingos de Luna*

No tapete da existência, a humanidade ruma, numa estrada infinita, renovada a cada geração, a corrente da civilização, a cada etapa, uma porção de conhecimento, cera básica para a harmonização da convivência dos seres humanos no espaço tempo.

Não existe civilização sem conhecimentos, assim, quanto maior for o acúmulo de conhecimentos mais elaborado o processo de civilidade, e por extensão, a difusão deste, em ritmo acelerativo, forma o painel de coesão da totalidade, do conjunto, onde o progresso afirmativo é diluído em toda a textura sociológica, todo o mapa social é constituído de solidez, de consistência para a untação de valores que formam as colunas básicas da sociedade; logo a plataforma social deve ser constituída de uma amálgama forte e consistente o suficiente para: o todo compor as partes na amplitude geral.

A Educação é um agente provocador de mudanças, numa dimensão interna, imperceptível inicialmente, pois é sempre o choque entre a convicção da leitura de mundo, já devidamente enraizada, sobre o pôster amostral da existência e a nova objetiva a que vem iluminar, para uma visão mais ampla, no compasso limitado de cada um.

A Educação é um processo, e como todo, depende da ação anterior, do durante, e do posterior, se o processo nasce errado, dificilmente se chega ao acerto, pois como o próprio nome diz, é tão somente uma continuidade de acertos ou de erros. Assim qualquer falha no processo toda a seqüência está fadada ao fracasso, bem como a continuidade de acertos, somente poderá culminar com o sucesso pleno.

A Educação pressupõe aptidão, todo sociedade apta a educação é uma sociedade desenvolvida, desde que, se entenda como aptidão, uma sede intelectual, uma motivação interna, uma vontade de dar o salto entre o conhecimento distante ao gosto de tê-lo aprisionado as equações dos já existentes, para que, já na intimidade do ser de cada um, a certeza de que, estas novas equações advindas do processo educacional é luz para si, para a família, para a sociedade, para o mundo e para a vida.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora – Ceará.

terça-feira, 20 de março de 2012

PEDAGOGIA DO ABSURDO

                                                 Luiz Domingos de Luna*

                                                A massa do conhecimento é
a ferramenta básica para a construção da civilização, assim quanto maior for à absorção, maior a possibilidade de aptidão da sociedade ao aprimoramento no convívio interativo, e, por conseqüente o desenvolvimento de uma Cidade, Estado ou País.

O Conhecimento é uma grandeza imaterial que é absorvida no espaço social, ou em instituições específicas para tal fim. Pelos dados amostrais existem varias escolas, inclusive a escola que fornece o conteúdo epistemológico.

A fusão do saber corrobora as novas tecnologias como instrumento a construção do edifício deste patrimônio imaterial necessário a civilidade, a evolução e ao crescimento afirmativo de toda conjuntura imersa no espaço tempo.

O Modelo Mental ao aprisionar o novo, via novas ofertas disponíveis, na verdade está tão somente recebendo equações que foram questionadas, analisadas, provadas cientificamente e hoje projetadas de forma massificada e disseminadas com rapidez e precisão mo mundo on-line. Um avanço de valia maior, onde toda sociedade ganha e tudo fica muito próximo, assim o conhecimento não mais privilégio de alguns, vez estar disponível na internet a toda sociedade a um clik, tudo se abre, é uma chave mágica, linda, oportuna e necessária para a formação integral do ser humano em sociedade.

Cria-se um imbróglio generalizado, quando se coloca a internet como um fim, e o ser humano como o meio, pois nesta postura pensamental o humano vai buscar o conhecimento na sua caixinha mágica, muitas vezes se contenta com os dados superficiais, pensando ter o conhecimento integral, ora há uma distancia de anos luz a totalidade, a pesquisa dos dados amostrais precisa ser intensa diversificada, ampla, infinitamente ampla, após análise do vasto material disponível uma amplitude de visão cognitiva apurada com a criticidade, com a problematização e destilação das amostras colhidas.

Sem esse processo, muitas vezes cansativo, oneroso ao tempo, ao desgaste mental, a penitência do filtrar bem positivamente, intensamente, ao olhar claro, fundo e largo, está se construído uma nova pedagogia: a Pedagogia do Absurdo!

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora –Ceará.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Fragmentos da História da Povoação da Venda.





 1847 (19 de julho) – Ocorreu nesta data o falecimento do Cel. Xavier, (Francisco Xavier de Souza) co-fundador de Aurora. Eis-lhe, integralmente, o registro de óbito:
            “Aos dezenove dias do mês de julho de mil oitocentos e quarenta e sete, faleceu da vida presente o Comandante Superior Francisco Xavier de Souza, branco, casado com Dona Maria Xavier de Souza, idade cinquenta anos, e foi sepultado nesta Matriz aos vinte dias do mesmo mês, de grades acima, encomendado solenemente pelo Reverendo Vigário José Maria Freire de Brito, e para constar mandei fazer este assento em que assinei”. (Livro de Óbitos da Paróquia de Missão Velha, 1822-1851, pág. 273).
            Observa-se a não assinatura do Vigário no registro de Óbito.

Registro de Óbito do Cel. Xavier

1853 (23 de novembro) Segundo casamento de Maria Xavier de Souza, viúva do Cel. Xavier, com o Capitão José Joaquim de Macêdo, este, viúvo de Rosa Perpétua do Sacramento, realizado em oratório privado na casa do próprio Capitão, em Crato. (Livro de Casamentos, Paróquia de Nossa Senhora da Penha do Crato, 1851-1855).

1856 (19 de julho) – Nasceu, em terras da Venda, Vicente Pinto Teixeira (Monsenhor Vicente Pinto), que foi, na ordem do tempo, o primeiro filho da terra a tomar assento na Assembléia Legislativa do Ceará.
Filho do Capitão Antônio Pinto Teixeira e Maria de São José Tavares, foi levado à pia batismal aos 5 de setembro do mesmo ano na capela de São Benedito na povoação da Venda, pelas mãos do seu tio materno, o Padre José Luiz Tavares, falecido aos 31 de maio de 1873.
Entrou para o Seminário aos 16 de março de 1871 (matrícula nº 226), onde recebeu do Bispo Dom Luis Antônio dos Santos (1º Bispo do Ceará) o subdiaconato aos 23 de novembro de 1879 e o diaconato em 30 do mesmo mês e ano.
Ordenou-se aos 7 de novembro de 1880 no seminário da Prainha, em Fortaleza, cidade onde posteriormente exerceria a função de professor da Cadeia Pública (em substituição ao Padre Vicente Salazar da Cunha), Vigário Geral e Governador interino do Bispado do Ceará. Foi Coadjudor de Barbalha e Vigário de Trairi e Aratuba. Não aceitou a nomeação para coadjutor de Várzea Verde (11 de janeiro de 1881), tendo voltado à sua terra natal. Foi nomeado Fabriqueiro da Sé (9 de maio de 1904) em substituição ao Pe. Francisco de Assis Pinheiro.
Em Aurora, serviu de cura até 1887, quando foi nomeado seu primeiro Vigário por provisão de 6 de julho de 1893, tomando posse no dia 30 seguinte.
Recebeu o título de Monsenhor em 10 de março de 1904 (anuário pontifício de 1913).
Veio a falecer em 1941, aos 19 de setembro, após ter sido elegido à Monsenhor e ter sido Deputado à Assembléia cearense por quatro sucessivas legislaturas (1897 a 1900; 1901 a 1904; 1905 a 1908 e 1909 a 1912), sendo que em 1909, foi vice-presidente da casa.

 
1857 (25 de agosto) – Através da Lei nº 806, desta data, é criada na Povoação da Venda, a Cadeira de Primeiras Letras. (LCE, 1871, p. 29).
        
1858 (4 de maio) – Acusa o recebimento de um compêndio e informação de envio de mapa dos alunos da Escola de Instrução Pública da Povoação da Venda, o primeiro professor público do lugar (1858 a 1860), João Antônio Firmino de Sousa, e através de ofício, envia a Carlos Augusto Peixoto de Alencar, Diretor Geral da Instrução Pública do Ceará, os informes sobre as “necessidades mais urgentes” das aulas na povoação. Ei-lo a transcrição, com atualizações ortográficas:
            “...são mesas, bancos, cabides ou torneiras para os chapéus dos alunos, assim como também os objetos: réguas, ardósia, penas, papel, tinta, translados e compêndios, a que V. S. julgar conveniente para aqueles meninos mais indigentes. Tenho apenas matriculados 8 alunos como verá V. S. no mapa incluso. Há aqui grande número de meninos que os pais os trazem ocupados na agricultura, e outros finalmente pela indigência, de sorte que a frequência mais avultada aqui é pela seca”.

1858 (27 de novembro) – É nesta data, criado o Distrito Policial na Povoação da Venda (sub Delegacia de Polícia), no Termo de Lavras, sendo este, o passo crucial para a formação e desenvolvimento da comuna aurorense.(Livro de Registro de Patentes da Guarda Nacional - Povoação da Venda).

1859 (8 de junho) – Juntamente ao ofício nº 19 desta data, foi entregue a João Antônio Firmino de Souza, Professor Público da Venda, dois exemplares de livros que regulavam a instrução pública primária na Província, à época. Em 4 de julho do mesmo ano, informa o Professor ao Secretário da Diretoria Geral da Instrução Pública do Ceará, Ignácio Ferreira Gomes, sobre o recebimento do ofício e dos exemplares.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Aos 85 Anos da Escola Monsenhor Vicente Bezerra - O Monsenhor pelo olhar de um eterno aluno


Por: Wagner Layb Luna Oliveira.


                          “O monsenhor tem sua história, tem seus valores e suas glórias...”

História, valores e glórias... Virtudes que resumem a imagem representativa que a escola Monsenhor Vicente Bezerra transparece para a cidade de Aurora, para os aurorenses e para a região do Cariri.
Fundada em 1927, é o mais antigo estabelecimento de ensino da cidade de Aurora-CE. Foi inclusive a primeira escola de educação pública da região do Cariri cearense. Nasceu da necessidade geográfica e sócio-econômica da época. Com o intuito de oferecer assistência educacional a nova era desenvolvimentista da cidade de Aurora e região, que por sua vez recebera em 1920 o investimento ferroviário, que ligava a cidade à capital alencarina, fora implantada com audácia e ousadia, e recebera como primeiro nome a denominação: Escolas Reunidas da Vila Aurora.

“Nasceu um homem, forte e prudente, por isso agora tem essa escola...”
Foi em 1944 que José Leite Gonçalves juntamente com Romão Barreto Sabiá, doaram um terreno no Bairro Araçá ao Governo do Estado do Ceará, com o intuito de ser levantado o futuro prédio da escola. Em 1956 foi assinado o termo do Governador, oficializando assim o novo endereço e a nova titulação da escola, que passara de Escolas Reunidas a Grupo Escolar. Na ocasião, foi homenageado o pároco local de Aurora, Monsenhor Vicente Bezerra, tendo o mesmo o título de patrono da escola, que a partir de então veio a se chamar Grupo Escolar Monsenhor Vicente Bezerra.
Depois de alguns anos, mais especificadamente no ano de 1975 passou de Grupo Escolar para Escola de 1º Grau Monsenhor Vicente Bezerra. Posteriormente, no ano de 1996 a escola sofreu mais uma mudança em sua titulação, passando a ser Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra.

“A nossa escola é pra valer, oh estudante vem conhecer...”
Uma escola que faz valer os seus valores, que não se contenta em incubar-se perante o social, o cultural, o educacional. A escola Monsenhor Vicente Bezerra é conhecida pelos seus projetos importantes e audaciosos, que envolvem não só a classe estudantil da mesma, mas sim a sociedade como um todo, preocupando-se com a comunidade, fazendo o papel real de escola séria. Devemos conhecer os projetos realizados e apoiados pela Escola, devemos relembrar e registrar projetos voltados para a comunidade, como a Quadrilha Arraiá do Bezerrão, a Semana Cultural, o projeto Festa na Roça, e mais recentemente a I SEMA – Semana de Educação Musical de Aurora, que inclusive, idealizada e organizada por um ex-aluno, junto com a Escola. Devemos lembrar e registrar projetos internos, voltados para a classe estudantil, como por exemplo: o Soletrando, o Xadrez, o Oscar de Aprendizagem, a Rádio, o Grêmio Estudantil, entre outros.

“O seu valor lá fora expande, vem minha gente nela aprender!”
            A Escola Monsenhor Vicente Bezerra tem um grande compromisso em preparar seus alunos para enfrentar não só os testes probatórios de eficiência do saber, mas também de prepará-los para os testes da vida, é uma escola que forma acima de tudo cidadãos.  O esforço desenvolvido pelo núcleo gestor, assim como pelos professores, tem gerado bons resultados. Faz uma colheita anual dos frutos que são diariamente plantados. A média de alunos contemplados em exames de universidades públicas e privadas é muito satisfatória. Somente em 2012, entraram para a lista de universitários 15 estudantes, para as mais diversas áreas profissionais. Isso mostra claramente a intenção da escola em expandir e externar os seus valores, logo o que se pode observar com tudo isso é que aqui vale à pena aprender.
“Aqui estamos para aprender, com um futuro para vencer...”
            Desde o começo os alunos da escola Monsenhor são preparados para serem vencedores, vencedores do futuro, do desconhecido, dos desafios diários, vencer a si mesmo. Mas sem deixar de lado a base sólida da humildade, a humildade em reconhecer que sempre pode ser melhor, que sempre pode aprender mais e mais, e que essa necessidade nunca se esgota.
“É simples bela, a nossa escola, e dentro dela vamos crescer...”
            Apesar de simples e pequena, a escola oferece todo um suporte favorável ao desenvolvimento intelectual de qualidade para os seus alunos. Atualmente conta com academia de ginástica, laboratório de informática, laboratório de química e biologia, além de um corpo docente respeitado, fazendo assim com que seja possível dar suporte para o aluno crescer cada vez mais.
“E os teus anos são bem vividos, aqui estamos bem envolvidos...”
            Há mais de 80 anos fazendo a educação da cidade de Aurora funcionar, 85 anos bem vividos! Envolvidos e envolvendo toda sociedade aurorense e a região do Cariri a um verdadeiro ápice educacional realizado com responsabilidade e decência. Envolve a cada pessoa que passa por ela, e se torna inesquecível na lembrança.
“E esta escola de qualidade é esperança e realidade...”
            Por aqui a preservação pela qualidade, por valores culturais, pelo saber, é visível, é sensitivo a cada inspirar e respirar. O fato de sobreviver fortemente a quase um século nos dá a esperança de ver essa história ir cada vez mais além. A E.E.F.M. Monsenhor Vicente Bezerra é uma realidade! Uma realidade bonita de se ver e de se contar. É uma realidade para ser vivida, no mínimo, por mais 85 anos pela frente.
“Oh grande mestra, agradecemos as suas lutas e seus prazeres.”
            Parabéns E.E.F.M. Monsenhor Vicente Bezerra! Pelo 85 anos de luta, resistência, vitórias, orgulho, e serviço prestado! Orgulho-me de ter feito parte dessa história, e dessa história ter feito parte de mim. Senti-me na obrigação de externar toda minha gratidão a escola mais humanizada pela qual passei, onde me senti em casa todas as manhãs, onde sempre fui muito bem recebido. Escola pela qual iniciei e terminei um dos ciclos mais importantes da vida. A todos os professores que tive, professores amigos e leais, devoto minha gratidão, por servirem de escada para o meu crescimento. Aos funcionários e ao núcleo gestor, quero dizer que todos fazem parte da minha história, não só da minha, mas de muitos cidadãos. A escola Monsenhor Vicente Bezerra pra mim é um estado de espírito, local abençoado, vitrine dos saberes, da valorização do ser humano e do fazer cultural. O tempo me fez ser ex-aluno, mas o sentimento me faz continuar a ser sempre um eterno aluno dessa Escola!
Parabéns pelos 85 anos! E obrigado a todos, por tudo!        

Fontes de pesquisa:
Professora Elizete Alves Albuquerque – Hino do Monsenhor
Luiz Domingos de Luna – Escola Monsenhor Vicente Bezerra: A Nossa História - http://blogdaescolamonsenhorvicentebezerra.blogspot.com/2012/01/escola-monsenhor-vicente-bezerra-nossa.html
Luiz Domingos de Luna – Raiz da Educação Pública do Cariri Cearense – Monsenhor Vicente Bezerra – 85 Anos - http://livrodigitalartigosdeluizdomingos.blogspot.com/2012/01/raiz-da-educacao-publica-no-cariri.html

PARABÉNS QUERIDO BAIRRO DO ARAÇÁ !!!!!!! PARABÉNS QUERIDA ESCOLA MONSENHOR VICENTE BEZERRA !!!!!!! {85 ANOS }

                                                                      Luiz Domingos de Luna*




No tapete da existência, a humanidade ruma, numa estrada infinita, renovada a cada geração, a corrente da civilização, a cada etapa, uma porção de conhecimento, cera básica para a harmonização da convivência dos seres humanos no espaço tempo.

A Educação pressupõe aptidão, todo sociedade apta a educação, é uma sociedade desenvolvida, desde que, se entenda como aptidão, uma sede intelectual, uma motivação interna, uma vontade de dar o salto entre o conhecimento distante ao gosto de tê-lo aprisionado as equações dos já existentes, para que, já na intimidade do ser de cada um, a certeza de que estas novas equações, advindas do processo educacional, são luzes para a família, para a sociedade, para o mundo e para a vida.

Neste dia 15 de Março, 2012 – A Cidade de Aurora teve com certeza, na sua aurora boreal um raio luminoso especial, pois, é nesta data que nascia no retrocesso do tempo o primeiro Educandário das Escolas Públicas do Cariri Cearense, pela objetiva mágica da arte poética se pode afirmar assim: como Aurora é o presente do Rio Salgado, o querido bairro do Araçá é um presente da Escola Monsenhor Vicente Bezerra, bem como A Escola Monsenhor Vicente Bezerra é um presente da via férrea. Vejo o Majestoso Bairro do Araçá, sorridente, feliz, gracioso, realizado e festivo, pois não mediu esforço para concentrar esta grandiosa casa de Educação no seu seio acolhedor.

Hoje não dá mais para separar o bairro Araçá da Escola Monsenhor Vicente Bezerra, pois são colados na história, na educação, na grandeza de um povo hospitaleiro, que mais parece uma cidade, um canteiro de gente corajosa, um bairro populoso que cresce com o idealismo de  quem sempre acredita em dias melhores, em um futuro promissor e tem na sua intimidade a sua garbosa Escola Monsenhor Vicente Bezerra  a fortaleza de uma comunidade que sabe, que luta, que tem a tenacidade de saborear uma historia linda, feita por uma força de raios brilhantes, imatantados, unidos,colados, o sorriso maravilhoso de um pai a contemplar a beleza do filho, o sorriso do filho a contemplar a grandeza do pai, unidos para sempre,   laço de civilidade, amor pleno, virtudes, e de serviços ao bem estar de todos aurorenses

Bairro Araçá e Escola Monsenhor Vicente Bezerra, almas gêmeas, neste dia 15 de março a soluçar a grandeza do amor intenso, verdadeiro, fabricado no cuidado, no zelo e na beleza de se viver plenamente a graça de poder existir, como uma árvore bela, a brisa de poder dar o exemplo de lealdade, compromisso, seriedade, e fazer a história majestosa que encanta deste os poetas, escritores, gente humilde, alunos, professores, comerciantes, donas de casa, agricultores, juventude, adultos; enfim, toda a heterogenia social a cantar parabéns bem alto e,  em alto tom, Parabéns  Escola Monsenhor Vicente Bezerra, Parabéns Querido Bairro do Araçá!!!

(*) Professor da Escola de Ensino  Fundamental e Médio  Monsenhor Vicente  Bezerra

sábado, 3 de março de 2012

Efemérides de Aurora: A prisão do Frei Caneca no sítio Juiz e o fim da Confederação do Equador.

Por: João Tavares Calixto Júnior

Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, Herói da Confederação do Equador

O ruidoso ano de 1824 foi, entrementes, de muita atribulação para a região que hoje, corresponde ao município de Aurora. O propósito de emancipação dos estados nordestinos frente ao Império, objetivando a criação de um estado novo, independente, ocupou por muito tempo o pensamento dos lideres cearenses à época, principalmente de Crato e Icó. (Sugestão de pesquisa aos estudantes: A Confederação do Equador - 1824)
Liderado pela heroína Bárbara de Alencar e seus filhos, inclusive um deles, morto em território aurorense (assunto do qual nos atearemos em tempo oportuno), o movimento da Confederação do Equador no Ceará ficou afamado como um dos maiores manifestos independentistas acontecidos no Brasil, em todos os tempos.
Interessante se faz ressaltar, embora não esteja ainda referido nos livros de história, que parte desta relevante página da memória nacional tenha acontecido em Aurora, mais precisamente nas imediações dos sítios Juiz e Crioulas, na ribeira do Salgado, à época, território lavrense, ao qual veio Aurora a se desmembrar em 1883, apenas.
Salienta-se que por muito, estes registros historiográficos vêm sendo ignorados, e os aurorenses, áteis detentores desta afiguração marcante, não foram informados, até então, da tão importante efeméride ocorrida em trechos do atual município..
Eis-lhes alguns excertos sobre este episódio, apoiado em documentação apodítica, na qual a transcrição é retirada de obra em elaboração:
   
1824 (26 de novembro) – Ocorre neste dia, um sangrento combate na Várzea das Crioulas entre as tropas independentistas republicanas de Pernambuco e os combatentes legalistas do Império, o último antes da capitulação no sítio Juiz, episódio ocorrido em terras do atual município de Aurora, memorado como um dos mais importantes de toda a história do Nordeste do Brasil.

1824 (29 de novembro) – Rendem-se no sítio Juiz, território pertencente a Lavras, hoje Aurora, as forças de Pernambuco e Paraíba, que sob o comando de Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, ex-Presidente do Governo Provisório da Paraíba, evadiam-se de suas terras, por ter sido esmagado o movimento revolucionário da Confederação do Equador.
Procuravam, os revolucionários, juntar-se ao exército de José Pereira Filgueiras e continuar a luta pela independência dos quatro estados nordestinos (Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), em relação ao Brasil, em terras cearenses. Cercados, e sem esperança alguma de auxílio militar, uma vez que tinha sido assassinado em Santa Rosa, Jaguaribe, Tristão Gonçalves, e Pereira Filgueiras havia sido forçado a dispersar seus homens na serra do Araripe, capitulam, no Juiz, o Frei Joaquim do Amor Divino Caneca (Frei Caneca) e seus companheiros de aventura republicana às tropas legalistas do Major Bento José Lamenha Lins (Major Lamenha), sob a promessa de que o imperador lhes teria piedade, e não os enviaria ao extermínio.
Detidos no sítio Juiz, foram levados à Vila de Lavras, donde partiram a pé para Recife aos 16 de dezembro, escoltados pelo Major Fonseca, conhecido como Pastorinha.
Alhures transcreve-se aqui, passagem do Barão de Studart na Revista do Instituto do Ceará (Tomo Especial – Parte Cronológica, ano de 1824) sobre o sítio Juiz:
“Juiz é o nome de uma fazenda, que foi dos Frades Benedictinos de Olinda, distante de Missão Velha 5 léguas aproximadamente, situada desde a passagem da Ingazeira até o lugar Santa Cruz, próximos às Creoulas no rio Salgado, na extensão de 3 léguas. Foi até certo tempo administrada por Canuto José de Aguiar, um dos vultos notáveis da nossa história militar. Pertence hoje ao Padre Cícero Romão Baptista por compra feita à Ordem, representada pelo Abade Dom Gerardo Van Caloen”.
Sobre os presos no sítio Juiz, de Aurora, eram eles, além do Frei Caneca (secretário da expedição): Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, Agostinho Bezerra Cavalcanti, Lázaro de Sousa Fonte, João da França Câmara, Antônio Carneiro Machado Rios, Francisco de Sousa Rangel, José Maria Ildefonso, Frei Antônio Joaquim das Neves, Pe. Lúcio Bento de Ávila, José Gonçalves Morete, Frei João de Santa Madalena e outros. Alguns fugiram em Goiana, Pernambuco, outros sofreram prisões, havendo sido executados Frei Caneca, Agostinho e Lázaro.
De nada valera a promessa do Major Lamenha Lins. Para João Brígido (pp. 33 e 462), esta malograda expedição de quase 200 léguas, constituiu-se no maior sacrifício que já existiu na política do Brasil, “... a retirada mais difícil que já se executou e a prova de fogo da bravura dos homens de Pernambuco e da Paraíba”.
            Em registros do próprio Frei Caneca datados de 24 de novembro de 1824, e em transcrições feitas por Gilberto Vilar de Carvalho em: Frei Caneca: gesta da liberdade, 1778-1825, três dias após a sua chegada ao território lavrense pelos sítios Umari (atual município de Umaria) e Boa Vista vê-se o que se segue:
“No dia 24, mais um ataque pela retaguarda, perto de S. Vicente das Lavras, que logo o capitão França rebateu.”
“A vila estava quase deserta, e as casas dos liberais patriotas destruídas, segundo lá mesmo nos contaram, pelas tropas do Rio do Peixe, quando por ali passaram atrás de Pereira Filgueiras. Nessa estrada, quebrou-se a carreta da peça da retaguarda. Passamos muito mal d’água, pois a região é seca.”
No dia 25 a força marchou para a Fazenda Santo Antônio. “Apenas teríamos andado um quarto de légua apareceram pela outra parte do rio uns tiroteios a cavalo, sobre os quais, dando a nossa guarda avançada, dispersaram-se.”
“A caminhada estava cada vez mais difícil. Para chegarmos à sobredita fazenda, tivemos de atravessar seis vezes o rio Salgado. Quando sobrava água, faltava-nos comida.”
Conforme Dimas Macêdo em seus Ensaios e Perfis, (Fortaleza, 2004), o fato de o bravo Frei realizar essas diversas costuras sobre o Rro Salgado, foi majoritariamente, pensando, atingir Missão Velha e a cidade do Crato. Mas é certo que jamais saiu do município de Lavras, estacionando, inicialmente, na Várzea Redonda e, depois, na fazenda Juiz, dos monges beneditinos de Olinda (território aurorense), onde seria finalmente preso pelas tropas legalistas do Major Lamenha aos 29 de novembro, segundo registros que se podem ler em seu próprio Diário, e na referida transcrição.





sexta-feira, 2 de março de 2012

Um pouco dos aurorenses para os aurorenses: Um ilustre filho com o Presidente Americano


(*)


        Era 1963 o ano. O dia, 8 de março. Juntamente aos embaixadores brasileiros Roberto Campos e Lincoln Gordon, acompanhava um aurorense, o diálogo entre o então governador cearense, Virgílio Távora e o presidente americano JOHN Fitzgerald KENNEDY
À Casa Branca, chegaram os citados às 11:30 hs da manhã, e após pequena espera, nas ante-salas presidenciais, abriu ele mesmo, o mandatário americano, a porta de seu gabiente, declarando convenientemente ao visitante: "Governador, é um prazer vê-lo e recebê-lo neste País". 
Durou trinta e dois minutos o colóquio, e viu-se, a inquietação do poderoso americano com o problema das secas no Nordeste do Brasil.
Essa preocupação já havia sido evidenciada, aliás, com a criação da "Aliança para o Progresso", cujos objetivos fundamentais estavam inteiramente de acordo com as necessidades desta região brasileira, à época, desvelada por estar envolvida e dominada por um subdesenvolvimento aparentemente crônico, com raízes demasiado complexas para uma análise rápida.
Fez-se breve, portanto, a conversação entre o governador e o presidente assassinado em Dallas, testemunhada pelos embaixadores preditos, assim como, tomada nota pelo jornalista, cearense de Aurora:
Kennedy - Qual a posição do movimento comunista no Brasil?
Távora - Deturpa-me muito, aqui nos Estados Unidos, a realidade brasileira. A suposição americana é a de que nosso país está entregue ao comunismo; isso é irreal.
Kennedy - Fidel Castro é estimado entre os camponeses brasileiros? Por que sua ascenção influiu tanto no aumento de poder das esquerdas?
Távora - Presidente, não sou diplomata, mas sim militar, portanto, desculpe a franqueza: o meu respeito à verdade me obriga a dizer que Fidel é estimado sim, e não pouco.
A palestra, franca, transcorreu aparentemente cordial, com o presidente norte-americando sempre procurando sentir os problemas principais do Brasil. Depois de feita a pergunta sobre Fidel, indaga o presidente sobre os efeitos do auxílio americano no país:
Távora - Embora as intenções sejam boas, acredito que somente depois de uma reformulação de métodos poderá produzir melhores efeitos.
Em seguida, sobre os entendimentos mantidos nos EUA para obtenção de ajuda ao Ceará, afirmou o governador que as conversações foram as mais primorosas, mas quanto aos resultados: "ainda vamos ver"...
Sobre o aurorense, jornalista acompanhante do governador cearense, célebre em sua época por seus tentos profissionais investidos de insigne respaudo nacional, sublinha-se aqui, conteúdo digno de nota, transcrito parcialmente de obra em elaboração de autor idem destas linhas:
1927 (12 de julho) - Veio ao mundo neste dia, HERMENEGILDO DE SÁ CAVALCANTE (*), filho de João de Sá Cavalcante (funcionário do Tesouro - Coletor Estadual) e Raimunda Rabelo de Sá
Segundo consta no Livro de Batismos da Paróquia do Senhor Menino Deus de Aurora (Livro 13, 1927-1930), recebeu as bênçãos batismais aos 11 dias do mês de setembro de 1927 na Igreja Paroquial de Aurora, Bispado do Crato, pelo Padre missão-velhense Francisco de Assis Pitta, sendo padrinhos o mesmo padre Pitta e sua irmã, Suzette Pitta, tendo sido lavrado o termo e assinado pelo vigário local, o padre Vicente Augusto Bezerra (depois, Monsenhor Vicente Bezerra).
Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Ceará, na turma do “cinquentenário”, aos 8 de dezembro de 1953. Foi jornalista e diretor, juntamente a Dorian Sampaio, do semanário “Ceará Jornal”, do Partido Social Democrático (PSD), tendo o seu primeiro número circulado na terceira semana de agosto de 1956. Foi secretário do Escritório Comercial do Brasil em Paris, onde se aprofundou no estudo da obra de Marcel Proust, sobre quem proferiu importante palestra no Museu ao dedicado ao mesmo em Illiers-Combray. Foi vice-presidente da Societé International des Amis de Proust e eepresentante do Governo do Ceará no Rio de Janeiro. Foi romancista e ensaísta e publicou: Considerações sobre o Humanismo Integral de Jacques Maritain (Fortaleza, 1953); Três aspectos da Filosofia Platônica (Fortaleza, 1954); Análise da Obra de William Somerset Maughan (Rio de Janeiro, 1957); Estudo sobre a vida e a mensagem de Graham Greene (Paris, 1959); Quem foi e o que fez Marcel Proust (Rio de Janeiro, 1964); Proust e o Brasil (Rio de Janeiro, 1964); A Glória de Cada Um (Rio de Janeiro, 1970); Marcel Proust - Roteiro Crítico e Sentimental (Rio de Janeiro, 1972); A Solidão em Kafka, Hemingway, Macculers, Bradbury, Jorge L. Borges (Rio de Janeiro, 1974); Teilard de Chardin e São Paulo (Rio de Janeiro, 1975) e Estranhos em Aurora (1978). 
Recebeu no dia 1º de agosto de 1977, o título de Cidadão Fortalezense, outorgado pela Câmara Municipal. 
Em 10 de dezembro de 1998, foi inaugurada na casa Ari de Sá Cavalcante, na rua Senador Pompeu, nº 2245, na capital cearense, a biblioteca de Hermenegildo, com cerca de cinco mil volumes, os quais cerca de 800 dedicados à obra de Marcel Proust. 
Obteve os últimos suspiros na capital paulista, em 11 de outubro de 1995.




Por: João Tavares Calixto Júnior
Biólogo CRBio: 36.967/5-D (Sesa-CE/21 Coordenadoria Regional de Saúde - Juazeiro do Norte, CE)