sábado, 16 de maio de 2015

HUMANISTAS 1970 – COLÉGIO PAROQUIAL 45 ANOS DE HISTÓRIA VIVA- A RURAL VAI PASSAR...

FOTO: RURAL - FONTE INTERNET.
Era 1º de Março de 1970, a sineta tocou, da porta lateral entravam os meninos, a da frente às meninas, com a Batina preta surrada, o Padre Luna com a sua voz peculiar, já ia pregando o discurso da moral, dos bons costumes, tudo montado na tendência pedagógica Liberal Tradicional- castigo premiação, seguia a reza do terço, o canto do Hino Nacional e, por fim as famosas vistorias das meias, sapatos, calças, cor, uniforme, até o tamanho das saias das meninas era motivo de inspeção. Na educação que se foi e que o tempo não traz mais.

A fila seguia na sala que tinha um quadrado que mais parecia uma janela aberta, feita para não ser fechada, na primeira carteira sentaram-se: Paulo Quezado e José Darlan, na segunda: Josenir Dantas e Nelson Viana, na terceira Elvira Gonçalves Quezado e Maria Francisca de Carvalho (Naílza) na quarta Edmar Lobo e Eliomar Leite e, assim, dessa forma as carteiras foram dando lugar aos assentos dos novos humanistas do ano 1970 – Colégio Paroquial.

A Sineta tocou novamente, sinal da primeira aula, que prontamente chegou, a professora de Geografia, de nome Cleonice, não mais que 15 minutos de exposição teórica, o  jovem José Darlan, saiu de seu lugar e foi assistir a aula sentado  no banco da Janela aberta localizada na lateral da sala, o que, se não era um gesto comum, também não se podia dizer que era um ato proibido, pois não havia nada escrito  na norma da escola sobre o uso deste banco em forma de Janela, ou uma grande janela em forma de banco.

Para a surpresa do jovem estudante, humanista 1970, José Darlan, - foi duramente criticado por sua atitude pela professora Cleonice, que de forma ríspida, determinou que o garoto fosse , imediatamente, para a carteira de origem. No que o adolescente pensou consigo mesmo, “Eu não estou fazendo nada de errado”, estou assistindo a aula em silêncio igual a meus colegas e, não viu motivos para retornar a carteira de forma imediata, como queria a professora. Encheu os pulmões e disse em alto e bom tom: Que não via motivo  para sair do local em  que estava; a professora retrucou se você não voltar para o seu lugar eu saio da sala de aula. No que o jovem respondeu: Pode sair, daqui não saio, daqui ninguém me tira, a professora de Geografia Cleonice recolheu o seu material didático e foi relatar o caso a Secretária da Escola – Nazaré Freire que se encontrava na secretaria da Escola. Não mais que alguns segundos chegou a sala a Secretária Nazaré Freire, que empunhou o dedo em riste – “José Darlan já para secretaria, sala do castigo”- José Darlan – “não vou”- Dona Nazare Ameaçou: “se você não for vou chamar o Vice – Diretor Zezim Saburá para lhe tirar daqui a força” e, nisto, já se formava uma torcida, a grande maioria dos colegas ficou do lado do colega José Darlan, outrossim os colegas Paulo Napoleão Quezado e o filho do Juiz que não recordo o nome, ficaram ao lado da Administração da Escola, a birra foi ficando grossa, o caldo engrossou, e chegou o Zezim Gonçalves Saburá que ordenou a saída  do  estudante rebelado como uma forma de manter a  autoridade da ordem constituida na escola. Ai sim, começou de fato e de direto a verdadeira baderna, pois uns gritavam: “Ele não sai” -Já, Paulo Napoleão Quezado e o citado Filho do Juiz em bom tom diziam: “quem manda na escola é a direção e não os alunos, uma escola em que os alunos mandam, não tem ordem, nem disciplina e nós estamos aqui para aprender e não para bagunçar”- porém, vale registrar que colega Paulo Quezado e o seu discípulo colega” o filho do Juiz “não estavam propriamente contra o colega rebelado e o restante da turma, mas sim a favor da ordem estabelecida a um ambiente apto ao conhecimento com o silêncio e as boas maneiras que deve prevalecer numa sala de aula; Assim, na essência o Paulo Quezado foi um aluno que defendia a legalidade e a legitimidade – um legalista.

O Conflito foi tomando grandes proporções, a ponto de outros alunos de outras turmas, já prontamente, a assistir aquele espetáculo incomum na história do Colégio Paroquial.

No auge da baderna chegou o Padre Luna e ordenou ao adolescente rebelado – José Darlan – sua saída imediata e uma suspensão de 07 dias seqüenciados.

Com a cabeça baixa com um réu confesso, o garoto saiu como um derrotado, pois fora humilhado  na frente de todos os seus colegas, ficou aniquilado, porém quando de repente, não mais que  de repente, a maioria solidária ao rebelado, de um por  um, acompanhou, o jovem rebelado ficando na classe somente os dois legalistas:  Paulo Napoleão  Quezado e o seu discípulo colega “o filho do Juiz” para assistir a aula seqüencial.

O Chefe da Rebelião José Fernandes de Oliveira – conhecido como José Darlan, em reunião com a turma rebelada, traçaram um estratagema para amedrontar o Padre Luna na casa Paroquial- O Chefe da Rebelião foi até a residência de Seu pai Alfredo Preto, lá conseguiu a chave da Rural e que, juntamente com a turma rebelada, trocaram as vela da rural e quando chegaram em frente a Casa Paroquial com uma acelerada caprichada começou o tiroteio, um tiroteio sonoro de verdade, o Padre Luna amedrontado fechou logo as portas da casa Paroquial, a vizinhança atônita não sabia o que fazer, nem sequer o que estava acontecendo, também fechava as portas como uma forma de proteção aos possíveis tiros, que eram seqüenciados pelo cano de escapação  da rural que verdade seja dita, já estava todo  explodido. Nisto o professor César Grangeiro amedrontado, pulou o muro da Casa Paroquial e, pelos fundos que dá acesso a Rua General Sampaio, correu imediatamente para  a casa do Sr Alfredo Preto, na busca de uma solução para  “guerra que estava acontecendo” ao relatar o tumulto ao Senhor Alfredo Preto, O Professor César, muito nervoso, no que, o Sr Alfredo Preto disse: Professor César estes meninos são assim mesmo, com uma calma plena, serena  calma chamou  Antonio irmão do Darlan e disse: Antonio vá lá e traga a  chave da Rural e a confusão  acabou e a ordem foi restabelecida na Escola- História viva 45 anos – humanistas 1970- Colégio Paroquial.

Escrevi dou fé,

José Fernandes de Oliveira – José Darlan.

Aurora (CE);18 de maio, 2015.


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