quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ELEIÇÕES DE DIRETORES UM APRENDIZADO PEDAGÓGICO

ESCOLA MONSENHOR VICENTE BEZERRA - AURORA - CEARÁ
Prof. Ms. Josefa Tavares de Luna***

O processo de eleição de diretores deve ser um caminho para a construção de uma escola democrática e participativa, nele são evidenciados as possibilidades, os limites e as contradições geradas por esta prática, que ainda incomoda alguns por não quererem acreditar no principio da meritocracia.

O processo de escolha de dirigentes escolares pode ser considerado de grande relevância para a comunidade escolar, contribui para a construção de uma escola mais aberta, mais participativa e também é um exercício do ato de votar, de escolher, pois escolhendo as pessoas aprendem a conviver melhor e a fazer opção diante de projetos diferenciados.

Quanto a atuação dos gestores e a legitimidade da figura do diretor, ainda existe nas escolas muita postura de individualismo, do decidir antes para comunicar depois em reunião e que é preciso superar tais práticas. Entretanto, com a eleição de diretores de modo geral o espírito da coletividade está aflorando e como é um processo requer tempo para superar suas falhas. Quanto à legitimidade da figura do diretor observa-se que aumentou consideravelmente o compromisso do diretor e sua legitimidade. Eles agora estão mais preocupados com os destinos da escola, se sentem mais acompanhados e por sua vez devendo satisfações à comunidade que o elegeu. Podemos dizer que houve um grande crescimento tanto pessoal como profissional.

O processo eleitoral avançou e rompeu vários obstáculos. Entender um processo eleitoral como um crescimento individual e grupal no início foi muito difícil. Hoje embora ainda se registrem vários conflitos gerados nas disputas pelo poder, verificou-se que de acordo com a prática efetivada, esses conflitos vão se tornando mais reflexivos, trazendo à tona a discussão política na escola. A eleição de diretores é importante para intensificar o processo de diálogo e o debate de ideias e projetos. Assim, temos que ver na escola a nossa oportunidade de construir a democracia como forma política de convivência humana.

No tocante aos organismos escolares, percebe-se que a implantação e o funcionamento desses diversos organismos têm deixado muitas dúvidas. É uma realidade a existência dos mesmos, mas o seu funcionamento ainda está sendo muito questionado pela comunidade escolar. Eles estão lá mais como uma das inovações propostas pela SEDUC, mas ainda enfrentam diversos problemas de conquista de espaço. É necessário ativar esses organismos como forma de fortalecer a sua atuação junto à escola. Melhorar a atuação desses organismos é um desafio para a gestão democrática.

Quanto à influência das eleições no cotidiano e sua relação com o sucesso escolar, vem se aperfeiçoando, buscando melhorias pedagógicas no sentido de resgatar o objetivo central da escola — o ensino. Isto porque a escola antes estava preocupada e voltada principalmente para as atividades meios. Embora ainda esteja muito presente, no universo escolar, as comemorações e as festividades, a escola está focando mais sua preocupação para o ensino-aprendizagem. Existem hoje vários programas de avaliação interna e externa para aferir até que ponto a escola está atendendo as expectativas da sociedade. As eleições têm proporcionados um maior envolvimento e comprometimento com o ensino público cearense. Necessitamos aprimorar e intensificar o acompanhamento pedagógico para garantir o sucesso do aluno tanto na escola como na vida.

Devemos aprender é que a prática coletiva não é instituída somente pela eleição, embora esta possa impulsioná-la. Para tal é necessário a socialização das informações, do poder e o envolvimento de todos. O gestor educacional precisa compreender a função que exerce para realizá-la através da liderança pedagógica, política, cultural e técnica. Embora ainda havendo uma precária atuação dos organismos é necessária a sua implementação e/ou dinamização para a efetivação de uma gestão democrática.

Desde a sua implantação em 1995 a eleição de diretores é um dos fatores que mais contribui para a construção de uma gestão democrática, pois este é o princípio da democracia sendo vivenciado na escola. Nesse sentido, todas as escolas devem tirar proveito dessa modalidade de escolha, ou melhor, deve aprimorar e valorizar o princípio da democracia sendo vivenciado no ambiente escolar onde estão formando cidadãos para exercer futuramente esta tal sonhada democracia.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BASTOS, João Baptista (Org). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A: SEPE, 1999.


CISEKI, Ângela Antunes. Salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998.


Constituição Federal de 1988


GADOTTI, Moacir. Salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998.


HERNANDES, Isabel. Educador-Trabalhador. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1980.


OLIVEIRA, Romualdo Portela (Org). Política educacional: impasses e alternativas. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1995.


PADILHA, Paulo Roberto. Salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998.


PARO, Vitor Henrique. Eleições de diretores: a escola pública experimenta a democracia. Campina (SP): Papirus, 1996.


VIEIRA, Sofia Lerche. Política educacional em tempos de transição (1985-1995). Brasília: Plano, 2000.


VIEIRA, Sofia Lerche (Org). Eleição de diretores: o que mudou na escola? Brasília: Plano, 2001.


VIEIRA, Sofia Lerche. ALBUQUERQUE, Maria Gláucia Menezes. Política e planejamento educacional. 2. ed. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2001.

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Prof. Ms. Josefa Tavares de Luna

(*) Mestre em Desenvolvimento Regional

(*) Com lotação e atuação no CREDE 19 – Juazeiro do Norte - Ceará

(*) Colaboradora do Blog da Escola Monsenhor Vicente Bezerra rua Cel. José Leite s/n, Araçá – Aurora – Ceará. CEP 63.360.000 TEL (88)35433903 EMAIL   monsenhorbezerra@yahoo.com.br

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